TODOS, TODOS, TODOS…

“Na Igreja, há lugar para todos”. Esta é uma das principais mensagens do Papa Francisco, na sua viagem a Portugal para a Jornada Mundial da Juventude. Muita gente ficou entusiasmada com esta abertura e inclusão. Que significa isto?

A palavra de Deus que ouvimos na liturgia deste domingo proclama a abertura de Deus a todos e o seu desejo de que a sua casa de oração seja para todos os povos, como diz o profeta Isaías (Is 56,1.6-7). Na segunda leitura é o apóstolo Paulo a manifestar o seu desejo de atrair os judeus para a mensagem de Jesus, a fim poderem também eles beneficiar da salvação de Deus, que o Seu Filho veio oferecer a todos, incluindo os pagãos (Rm 11,13-15.29-32). Deles foi Paulo o principal apóstolo, mas não quer que os da sua própria raça fiquem para trás. O evangelho apresenta-nos o caso extraordinário da fé manifestada por uma mulher e mãe pagã, a quem Jesus acaba por escutar, atender o pedido e elogiar a fé (Mt 15,21-28). Em qualquer pessoa se pode manifestar abertura de coração a Deus e fé.

Que mensagem nos traz então hoje a palavra de Deus? Ele ama a todos, oferece-lhes os seus dons e convida cada um a entrar no seu reino. Tem lugar para todos, sem qualquer exclusão. Não obriga ninguém e não nega entrada a quem se aproxima dele com genuína fé. É preciso, no entanto, a boa vontade, disposição e adesão de fé por parte de cada um. Deus oferece-se a todos, acolhe e respeita a liberdade de cada um, insiste, não desiste de ninguém e tem paciência para esperar os momentos propícios à decisão pessoal.

A Igreja, e nela cada um de nós, deve imitar a Deus e a Jesus. Somos mensageiros e instrumentos do seu amor e da sua oferta. Por isso, cada comunidade cristã deve estar aberta a todos, usando de benevolência, generosidade e paciência. A oferta dos bens de Deus são para todos, mas cada um precisa de boa vontade e fé para os receber. Cada um tem que querer ocupar o seu lugar de modo digno e livre, partilhando dos bens que Deus dispõe para o seu povo e para quem os quiser livremente aceitar. Os membros da Igreja devem fazer bem a sua parte para que o coração de Deus toque os corações humanos e estes se abram à graça da fé.

Abramos nós mesmos os nossos corações à medida do de Cristo e Ele nos torna capazes de o fazermos. Assim muitos poderão de boa vontade ocupar o seu lugar na comunidade cristã onde quer que estejam. Não impeçamos ninguém de entrar, se realmente o quiser fazer. Deus quer bem a todos. Assim o façamos nós também.

 

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