Formação Liturgica

Leitores:

Os leitores têm um lugar próprio nas ações litúrgicas. Ter um lugar próprio quer dizer ter um serviço a realizar, não por livre iniciativa ou por exigência dos próprios leitores, mas quando isso lhes é indicado ou pedido pelo bispo ou pelo presbítero, aos quais compete ordenar e organizar tudo o que se refere à celebração.

No entanto, depois de nomeados, convidados ou instituídos, os leitores leigos não realizam um serviço litúrgico por concessão de quem os chama ou nomeia, mas porque são membros do povo de Deus, com capacidade para realizar o ministério que lhes é distribuído, em razão do sacerdócio comum ou batismal. A capacidade para ler a Palavra na liturgia vem do Batismo e Confirmação; o chamamento nasce do convite ou da nomeação da hierarquia.

O primeiro leitor só deve deslocar-se para fazer a primeira leitura quando tiver terminado a oração Coleta, da qual faz parte o Amen da assembleia. Não é agradável, nem ajuda a celebração, vê-lo já a caminhar, para o ambão, quando o presidente ainda ora ao Pai, em nome e na pessoa de Cristo. Pormenores como estes são bons indicadores para percebermos se os ministros da celebração já descobriram o espírito da sagrada liturgia, da ação litúrgica em geral, e de cada celebração em particular [nn. 23, 41, 386, 387, 396], espírito esse que não se confunde nem com o desprezo das rubricas, nem tão pouco com a sua meticulosa observância, pois está para além dos textos, embora se encontre também neles.

– Dar a Vida ao texto:

Como se pede a cada um: o Leitor dá vida ao texto. Este texto é a Palavra de Deus, escrita ao longo de muitos séculos e que está contida na Bíblia, que é constituída por 73 livros: 46 escritos antes de Cristo, o Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento, escritos depois de Cristo. De entre estes, destacam-se os 4 Evangelhos: S. Mateus, S. Marcos e S. Lucas e S. João.

Grande parte dos livros da Bíblia é lida nas assembleias eucarísticas, semanais e dominicais. A primeira função do leitor, é, pode dizer-se, dar vida a esses textos, tão diferentes quanto ao conteúdo e quanto ao estilo literário, e que o leitor deve conhecer antes de ler, ou melhor proclamar, na assembleia.

Ler bem não é fácil, implica re-criar, dar vida às palavras do texto, dar voz ao autor, que é o próprio Deus, como se afirma ao terminar a leitura: Palavra do Senhor. Pode comparar-se a função do leitor à de um músico (pianista, violinista…) que, ao executar o trecho de outro compositor, não é um simples executante de notas musicais, mas imprime aos sons que se ouvem o sentido, a vida, a expressão, o sentimento que o compositor quis dar àquela peça. Ler, mais que pronunciar palavras soltas, é tornar viva uma mensagem que é de vida.

Depende muito do leitor que os ouvintes escutem ou não a Palavra e se deixem interpelar por Deus que nos fala. Contudo, não se trata só que todos ouçam, mas que entendam o que ouvem, captando a mensagem no seu sentido profundo e lhe respondam convictamente: graças a Deus…

É um ministério difícil. Por vezes a leitura não é fácil e os ouvintes nem sempre estão motivados e preparados para entender o núcleo do texto. Se, a juntar a isto, o leitor incorre em defeitos comuns: a precipitação, a má pronúncia, o tom monótono, mau uso do microfone, a pressa…, cai-se, então, no risco de a celebração da Palavra ser pouco mais que um momento da missa, rotineira e ineficaz, sem impacto algum e sem eco na mente e no coração dos que ouvem.

Por isso se insiste na necessidade de o leitor preparar sempre o que vai ler, conhecer a passagem bíblica, o seu estilo, as frases mais importantes, as expressões mais difíceis. Não bastam cinco minutos antes, mas, se possível, ter o texto em casa. Aliás com os meios de comunicação que temos ao alcance não será tão difícil assim.

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Ministros Extraordinários da Comunhão:

A Eucaristia é “fonte e centro de toda a vida cristã”, de tal forma que se pode afirmar que “a Igreja vive da Eucaristia”. Neste sentido, o serviço litúrgico dos ministros extraordinários da comunhão deve ser entendido como expressão do cuidado pastoral para promover a devoção ao mistério eucarístico.

Natureza do ministério

  1. Os ministros extraordinários da comunhão exercem o seu ministério enquanto:
  2. a) cristãos que, pelo seu batismo e confirmação, participam no sacerdócio comum dos fiéis que os capacita para participar no culto da Igreja;
  3. b) membros da comunidade eclesial mandatados pelo Bispo diocesano para exercer um serviço específico nas celebrações litúrgicas da Igreja.
  4. Trata-se de um ministério de caráter “extraordinário”, que só será exercido quando for necessário, por impedimento, ausência ou insuficiência dos ministros ordinários.

Exercício do ministério

  1. Os fiéis que receberam a nomeação para exercerem o serviço de ministros extraordinários da comunhão só podem começar a exercer esse ministério após receberem o mandato segundo o rito previsto para o efeito.
  2. Os ministros extraordinários da comunhão exercem este ministério sob a responsabilidade do sacerdote responsável da comunidade que tiver pedido a sua nomeação, no âmbito da sua paróquia ou comunidade; a não ser em caso de urgência, não levem a comunhão a doentes de outra paróquia ou comunidade, sem consentimento do respetivo responsável.
  3. Os ministros extraordinários da comunhão esforçar-se-ão por desempenhar bem, com dignidade e nobreza, o seu ministério, quer no serviço à comunidade celebrante, quer aos doentes ou ausentes.
  4. Quando for necessário, exercem o seu ministério nas seguintes situações:
  5. a) distribuição da sagrada comunhão na Missa;
  6. b) distribuição da sagrada comunhão aos doentes, em suas casas;
  7. c) exposição do Santíssimo Sacramento para adoração, não lhes sendo permitido em ocasião alguma dar a bênção com o Santíssimo;
  8. d) em caso excecional, animar a assembleia dominical na ausência de presbítero, tendo presente que o exercício regular deste ministério carece de expressa nomeação do Bispo diocesano e não se confunde com a nomeação para ministro extraordinário da comunhão.
  9. Aos ministros extraordinários da comunhão, no exercício do seu ministério, não se exige nenhum traje especial, mas devem vestir com o decoro que convém à missão que desempenham.

Formação

  1. Os fiéis que desempenham o serviço de ministros extraordinários da comunhão devem cuidar da sua vida espiritual e empenhar-se na sua formação cristã, participando em exercícios espirituais e em atividades de reflexão teológica.
  2. Os ministros extraordinários da comunhão devem participar nas ações de formação permanente propostas para eles pelo Departamento de Liturgia.

Concessão da faculdade

  1. A faculdade de conferir a pessoas idóneas a missão de ministro extraordinário da comunhão compete apenas ao Bispo da Diocese, que delega esta faculdade no Diretor do Departamento de Liturgia.
  2. Só é concedida a nomeação de ministros extraordinários da comunhão nos casos de real necessidade pastoral:
  3. a) quando faltarem os ministros ordinários deste sacramento (bispos, presbíteros ou diáconos);
  4. b) quando os mesmos se acharem impedidos de distribuírem a sagrada comunhão, por motivo de outras ocupações do ministério pastoral, por doença, ou por idade avançada;
  5. c) quando o número dos fiéis que desejam receber a sagrada comunhão seja tão grande que obrigaria a prolongar excessivamente o tempo da celebração da Missa, ou a própria distribuição da comunhão fora da Missa.
  6. A missão do ministro extraordinário da comunhão não é permanente, mas resulta de um mandato pelos períodos de tempo previstos nestas normas.
  7. Os ministros extraordinários da comunhão nomeados por outras dioceses só podem exercer legitimamente o ministério nesta Diocese em situações pontuais e sempre com autorização expressa do responsável da comunidade local. Para desempenharem de forma estável e regular este serviço necessitam de se submeter ao processo de apresentação e nomeação previsto nestas normativas.

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Acólitos:

“Acólitos não servem para embelezar as celebrações”

Nas celebrações, os acólitos têm grande visibilidade por estarem no presbitério, junto ao sacerdote. Qual é a missão de um acólito?

A missão de um acólito é, basicamente, servir o altar. Ou seja, ajudar o sacerdote e o diácono no serviço do altar. E auxiliar em tudo o que for necessário, seja na Eucaristia ou nos outros sacramentos. Costumo dizer aos acólitos para terem cuidado, porque os acólitos servem o altar, mas não são ‘empregados de mesa’!

O acolitado é um ministério laical. Qual é a importância de haver uma presença dos leigos junto do altar?

A liturgia não é uma ação apenas do sacerdote. É uma ação de toda a comunidade, que se reúne em volta do altar e participa ativa e frutuosamente, como refere a constituição conciliar ‘Sacrosanctum concilium’ sobre a Sagrada Liturgia. E aqui também o papel importante dos leigos, naquilo que é próprio da sua vida e também neste caso no ajudar para que toda a celebração decorra da melhor forma para que todos possam louvar a Deus. E nisto o acólito tem um papel essencial!

A palavra acólito significa ‘aquele que acompanha’. E nesse aspeto, estes rapazes e raparigas acompanham, de certa forma, Jesus Cristo que está no altar.

O acolitado é um serviço que pode ser iniciado em idade muito jovem…

Não há nenhuma data definida para uma criança começar a ser acólito. Tendo em conta que o acólito se aproxima do altar e tem esta presença para toda a comunidade da participação da Eucaristia, é importante que eles já possam participar na plenitude da Eucaristia, também com a Comunhão. Neste sentido, é importante que os novos acólitos já tenham feito pelo menos a Primeira Comunhão. Há paróquias que aceitam crianças mais novas, mas aqui já não tanto com o objetivo de serem acólitos em pleno sentido, mas de se irem aproximando do altar. Porque o acólito não serve apenas para ficar a embelezar, ao lado do senhor padre… Numa celebração que tenha acólitos mas em que eles não fazem nada a não ser ficar ao lado, pode ficar bonito mas não têm função.

Mas que influência o acolitado pode ter na caminhada cristã, sobretudo das crianças e adolescentes?

Esperamos que tenha muita importância! O acólito sendo aquele que acompanha, que acompanha Jesus Cristo, ao aproximar-se de uma forma muito especial do altar e do seu serviço, a sua vida interior deve também espelhar isso. Interior e também exterior, seja na escola ou, no caso dos mais velhos, no trabalho, com a família e amigos. Deve mostrar essa sua proximidade que acontece fisicamente em cada celebração, mas que depois também deve acontecer no seu coração e no seu dia-a-dia. Isso deve ajudá-lo a que também olhe para a sua vida de uma forma mais vocacional. Esse não é o primeiro objetivo do ser acólito; mas obviamente, como qualquer cristão – e neste caso um pouco mais – deve ser um aspeto muito importante a ter em conta. Seja qual for a forma vocacional!

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Serviço de acolhimento:

O Acolhimento Paroquial é o encaminhamento para os diversos serviços de que a paróquia dispõe.

O acolhimento na celebração é o momento em que a pessoa que está a acolher contacta com as pessoas que vão participar da Eucaristia.

O acolhimento e integração das pessoas dentro da Igreja são uma etapa fundamental para que todas as pessoas se sintam bem acolhidas no seio da comunidade.

One comment

  1. josé Joaquim Pinho da Costa

    Boa tarde,
    estes conselhos são espetaculares.
    Um bem haja.

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