1 de maio de 2024- São José Operário

1.      A importância e o valor do Trabalho.

Deus, Criador de tudo quanto existe, podia dar-nos um mundo totalmente acabado, no qual não houvesse mais nada a fazer, mas querendo associar-nos a esta obra grandiosa, fruto de Sua Sabedoria e querer divino, chamou-nos, mediante o trabalho, a colaborar com Ele. Eis quão grande é a dignidade do trabalho e de quem o executa nesta perspetiva de fé.

Ao homem, criado à imagem e semelhança de Deus, foi concedida a inteligência necessária para descobrir as leis, que Ele, deixou impressas nas mesmas coisas criadas. Ao homem foi dada a possibilidade de poder transformar e aperfeiçoar este mundo maravilhoso, no qual, um dia nasceu. À luz destes princípios, o trabalho deve ser encarado como uma honra e mesmo motivo de grande alegria. Trata-se afinal de colaborar com o Senhor do Universo, o grande Amigo, o queridíssimo Pai do Céu. E como é bom trabalhar junto de quem nos ama! Assim compreendemos o motivo pelo qual as descobertas causaram grande contentamento em quem teve a felicidade e engenho de as descobrir.

Esta faceta tão importante que a fé nos transmite, deverá estar presente em todo o agir humano de um cristão consciente da sua dignidade de filho de Deus. É afinal contribuir para deixarmos um mundo melhor do que aquele que encontrámos ao nascer.

 Encarar o trabalho como mera fonte de enriquecimento ou de subsistência é mesmo muito redutor.

 

2.      O exemplo de São José.

Na Sagrada Família de Nazaré, esta colaboração com Deus, que todos devemos sentir no trabalho quotidiano, torna-se palpável, visível. S. José tem a seu lado o próprio Filho de Deus, pelo Qual “todas as coisas foram feitas, e sem Ele, nada foi feito” (Jo 1,1-3).

É fácil imaginar a alegria que deveria sentir S. José ao ver-se ajudado pelo próprio Filho de Deus e Senhor de tudo quanto existe! Como o trabalho se tornava para ele tão honroso e agradável! As horas de labor assim vividas até pareciam mais velozes. Como o amor vence todas as dificuldades e dá alegria a toda a atividade humana! O trabalho executado neste ambiente como que se torna mais suave e mesmo muito agradável! Se o corpo, ao fim do dia se devia sentir mais fatigado, o espírito estava contente. Com que alegria, ao fim da jornada, para recuperar as forças gastas, a Sagrada Família comia a frugal refeição preparada, com tanta ternura e amor pela própria Mãe de Jesus, a Virgem Santíssima.

Como é importante deixarmo-nos possuir por tão consoladoras verdades, que a fé nos garante terem existido na Sagrada Família de Nazaré, ao qual presidiu S. José.

 

3.      Direitos e obrigações do trabalhador.

A Igreja sempre se tem preocupado com o bem-estar de seus filhos. Pode-se afirmar mesmo que sofre quando os vê sofrer. Por isso não tem ficado indiferente quando sabe existirem operários vítimas de atuações menos corretas por parte de alguns patrões ou de certos regimes políticos. Assim, sobretudo após a chamada “revolução industrial” iniciada no século XIX, todos os Papas têm apresentado, com muita clareza e grande atualidade, a doutrina social da Igreja, chamando a atenção para os direitos e obrigações que todos os intervenientes nas atividades laborais deverão ter presente para uma boa harmonia e proveito mútuo. Essa doutrina, tão sabiamente exposta pelos referidos Papas deve ser conhecida e seguida por todos. Aí se encontram expressos os direitos e obrigações de operários e respetivos patronatos.

Como é importante ter presente as leis divinas, com que o mesmo Deus dotou as Suas criaturas. Quando tal não acontece é a própria natureza que se revolta dando ocasião a verdadeiros desastres ecológicos. A poluição dos rios, mares e ar, certos cataclismos na terra e/ou no mar, bem como muitas doenças que ameaçam homens, mulheres, animais e plantas, são consequência desses desvios humanos. A pandemia, que presentemente atingiu a humanidade e que tantas vidas tem ceifado, é mais um “grito” de Deus para tantos desvios dos homens, do Seu plano amoroso.

Quando os trabalhos são executados sob o olhar de Deus, como S. José sempre fazia, tudo é bem sucedido e, mesmo com o esforço físico que se exige, tudo se torna menos pesado. Todo o trabalho realizado com a consciência da presença amorosa de Deus, é santificado, santifica e é instrumento de santificação.

Quantas riquezas, por vezes, se desperdiçam! Podemos verdadeiramente afirmar que, cada dia que passa, será positivo, negativo ou desperdiçado para a eternidade, conforme tiver sido vivido ou não sob o terno “olhar” do Pai do Céu.

Que São José, modelo de todos os operários, e neste ano particularmente invocado, interceda por nós, junto de Deus, para que, imitando-o, todos os nossos trabalhos, contribuam para a maior glória do Senhor e a santificação de nossas vidas. Mais ainda, que voltemos a ter possibilidade de todos podermos trabalhar sem ameaças de pandemias.

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