A NOSSA DISTINÇÃO

O mundo precisa hoje, mais que nunca, dos cristãos: de cristãos que não se deixem arrastar como nulidades; de cristãos que não dobrem o joelho diante de qualquer divindade da sua invenção; de cristãos que, pela sua vida de fé, sejam modelos de outros valores.

Os cristãos não podem ficar no (adro), têm que entrar em Deus (Igreja); quem não entra em Deus, nunca soube o que é a fé. Quem se contenta com Deus da infância, redu-l’O a um ídolo do seu egoísmo infantil (projeção), a um «bombeiro» (= deus ex machina) das suas desgraças e incapacidades, a um milagreiro das suas irresponsabilidades. Um Deus assim, é um deus fabricado por nós, à nossa imagem e semelhança: nunca o Deus-Pai de Jesus Cristo. O mundo de Deus não é nenhum paraíso de crianças.

Um deus à nossa maneira supõe um Evangelho à nossa medida, donde se colhe o que agrada e se rejeita o que não agrada. E assim perde o cristianismo a sua força: a força de ser fermento…

O cristianismo não é nenhuma praça pública, onde cabe tudo e todos. A santidade dos cristãos deve ser a sua distinção. Os cristãos não podem justificar-se, dizendo que «não são nenhuns santos», porque o seu dever é ser santos. Seria a justificação da inação, que está proibida a quem quiser ser cristão…

Não é sem razão que os cristãos têm medo de ser santos. É que os santos, sendo «pro-vocação», são logo excluídos da praça pública. Daí a tentação da duplicidade de vida e de comportamento de muitos cristãos; é impossível pertencer a uma religião de um crucificado, de um condenado e excomungado e sentir-se bem em toda a parte e com todos, como se se estivesse na própria casa. Não querem ser crucificados, porque querem estar bem com todos. O cristão tem que pôr de lado a ideia de agradar a toda a gente: «Aí de vós, quando todos os homens disserem bem de vós!». Como cristãos, não podemos estar bem com o mundo: «Eu escolhi-vos do mundo!», raramente Me perseguiu a Mim!… Se fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo (…) por isso é que o mundo vos aborrece».

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