6 de dezembro de 2015 – 2º Domingo do Advento – Ano C

Hoje somos convidados a preparar com alegria os caminhos do Senhor, caminhos de libertação de vícios e pecados, para irmos ao encontro de Cristo que veio há dois mil anos e que vem com as graças próprias do Natal que se aproxima. Examinemos a nossa consciência para descobrir que montes de soberba precisamos de abater e que vales de vazio de fé e de boas obras precisamos de preencher.

Já começamos a ouvir nas ondas da rádio os votos de Natal Feliz. Queremos acreditar na sinceridade desses votos, apesar de virem embrulhados em campanhas publicitárias, que, afinal, de uma forma ou de outra, nos querem convencer de que seremos felizes se comprarmos isto ou aquilo, nesta ou naquela loja… É a tal «felicidade» de consumir, de gastar, tão efémera e tão superficial que tem mais de desencanto do que de satisfação gratificante…

Encontraremos nas leituras deste Segundo Domingo do Advento, algumas pistas capazes de nos conduzirem a um Natal de autêntica e perene felicidade:

Antes de mais, é preciso esperar a felicidade e acreditar nela.

É de entusiasmar a perspetiva que o profeta Baruc nos apresenta na 1.ª leitura: «Levanta-te, Jerusalém, vê os teus filhos», reunidos de toda a parte, «felizes por Deus se ter lembrado deles». «Tinham-te deixado, caminhando a pé, levados pelos inimigos. Mas agora é Deus que os reconduz a ti, trazidos em triunfo, como filhos de reis.»

Esta alegria sim, esta alegria do regresso, do reencontro.

Nesta nossa terra, ainda hoje, quantos e quantos, regressam aos seus lares de origem, vindos de longe, trazendo com alegria os seus presentes, o fruto do seu labor, para repartir, para conviver, para sentir como é bom estar juntos, juntos pelo coração!

Na segunda leitura, tirada da carta de São Paulo aos Filipenses, poderemos ver que esta felicidade só se consegue com a colaboração de todos.

Paulo lembra, «com saudades», diz ele, aquela comunidade de Filipos, onde reinava a caridade e era constante a ajuda dada à causa do Evangelho. E o Apóstolo reza para que – diz ele – «a vossa caridade cresça cada vez em ciência e discernimento» com um perfeito sentido das realidades.

São assim as comunidades, as famílias, em que é palpável a ajuda de todos, em que todos contribuem para o bem estar geral.

Não há dúvida de que, famílias assim, comunidades assim, tem necessariamente que deixar saudades!

No Evangelho – e situando os factos com rigor cronológico e precisão geográfica – S. Lucas fala-nos da pregação de João Baptista.

Ele vem preparar a comunidade de Israel para o encontro jubiloso com o Senhor, para a alegria da libertação há tanto tempo esperada.

Mas, a primeira exigência que apresenta, é a conversão da vida, é o arrependimento do passado, é o deixar os caminhos tortuosos e tomar o caminho direito, o rumo certo…

E aqui temos a condição fundamental para que o Natal de Jesus seja o nosso: a conversão, a mudança do mal para o bem! Será preciso encher os buracos, os buracos das nossas deficiências, da falta de solidez da nossa fé, da nossa ignorância culpável, da nossa preguiça. E também é urgente abater montes e outeiros: o orgulho que nos cega, a nossa vaidade balofa, a nossa teimosia gratuita, o egoísmo que nos impele de partilhar seja o que for… É preciso todo este trabalho.

João põe ao alcance de todos a água simbólica, que exprime o desejo e o empenhamento «em ordem à remissão dos pecados.»

Não haverá Natal Feliz, se tudo continuar na mesma, se nos mantivermos teimosamente agarrados às nossas posições, se não encontrarmos caminhos novos de compreensão e entendimento: Vamos! Coragem! Mãos à obra! Está na hora! O Senhor está perto!

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