22 de maio de 2022 – 6º Domingo da Páscoa – Ano C

Sem luz não se pode caminhar. Quando falta a luz numa casa, numa povoação, toda a gente suspende as suas actividades e fica em silêncio como que à espera de uma resposta explicativa para o que aconteceu.

A verdadeira fonte da nossa luz da Fé, em último caso, é Deus. Mas Ele quer ministrar-nos esta luz por meio da Igreja que Jesus Cristo fundou. Ela ensina-nos e garante a autenticidade das verdades de fé em que acreditamos.

. A Igreja, Mestra da Fé

Os problemas doutrinais. «Naqueles dias, alguns homens […] ensinavam aos irmãos de Antioquia: «Se não receberdes a circuncisão, segundo a Lei de Moisés, não podereis salvar-vos». Isto provocou muita agitação e uma discussão intensa que Paulo e Barnabé tiveram com eles.»

Um grupo de pessoas, vindas do mundo judaico, confundia os primeiros cristãos da Igreja de Antioquia, pretendendo tornar obrigatórias práticas da Antiga lei que o Divino Mestre tinha abolido. Na prática, tratava-se de seguir os ensinamentos de Jesus Cristo, ou pôr de lado tudo o que Ele tinha ensinado.

No Povo de Deus entrava-se pela circuncisão, recebida oito dias depois do nascimento. Jesus mesmo foi circuncidado.

Na Igreja, novo Povo de Deus, entra-se pelo Baptismo. Estes queriam as duas coisas.

Também nesta época alguns pensavam erradamente que só as pessoas da raça judaica podiam pertencer à Igreja e, portanto, salvar-se.

A fidelidade doutrinal — a docilidade da inteligência ao que Deus revelou e a Igreja ensina — é fundamental.

  • A doutrina é o caminho do Céu. Se a indicação do caminho estiver errada, não chegamos ao destino.

As placas de indicação podem estar erradas, voluntária ou involuntariamente; o GPS pode estar avariado. A consequência, quando isto acontece, é que andamos às voltas e não chegamos onde queremos.

 

  • A sã doutrina é remédio de Salvação. Se o medicamento estiver trocado, a pessoa pode não se curar, ficar mais doente ou mesmo morrer.

 

  • As dificuldades de hoje. Os cristãos de hoje enfrentam várias dificuldades principais em matéria de fé e doutrina:

 

— há uma ignorância religiosa muito grande, mesmo nos meios cristãos. Isto acontece por vários motivos: muitas famílias já não transmitem os conhecimentos da fé de pais a filhos. No nosso meio, ainda são os avós que o fazem, mas a geração que vem a seguir já mergulhou na escuridão da ignorância e ninguém pode dar o que não tem.

 

— Existe uma desorientação doutrinal propositada em alguns Meios de Comunicação Social. Servem-se das palavras do Papa ou do Concílio para confundir, ou espalham o erro de que este mandamento ou aquele já caiu em desuso.

 

 — O assalto aos meios cristãos de seitas e outros movimentos tendenciosos confunde os fiéis: o espiritismo, a bruxaria, a Nova Era, etc.

 

Por detrás de muitos destes movimentos movem-se interesses inconfessáveis que acabam por confundir muitas pessoas.

 

Houve sempre problemas doutrinais, desde o princípio da Igreja, como este de que nos fala o livro Actos dos Apóstolos.

 

  1. Guardar a fidelidade

A fidelidade, condição de Amor. «Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada.»

Um pouco antes, no Seu discurso de despedida desta vida mortal, Jesus tinha-Se apresentado aos Apóstolos como o caminho que leva ao Pai, nossa felicidade para sempre e convidou-os a segui-l’O.

 

  • A fidelidade é dinâmica. Não podemos olhar a nossa vida em Jesus Cristo como uma situação estática, parada, sem esforço nem luta. Jesus apresenta-a como um caminho em que O seguimos e, num caminho, estamos fora da meta dos nossos passos. Dirigimo-nos para ela.

Quem pensa que já não precisa de esforço para viver a sua fé, está iludido, porque deixou de caminhar, de se converter.

O Espírito Santo vai-nos propondo os passos que devemos dar, como o melhor dos pedagogos que marca pequenos passos a dar no caminho. Se nos propusesse tudo de uma só vez, ficaríamos assustados e desanimados.

 

  • Fieis a quem? Quando se fala de fidelidade, referimo-nos à aceitação de todas as verdades da fé e à vida em conformidade com elas.

Tudo se converte em sermos fieis a Jesus Cristo, imitando-O momento a momento da nossa vida.

Na verdade, cristão não é alguém que segue umas ideias, por muito belas que sejam, mas uma Pessoa que se chama Jesus Cristo. Somos chamados a um enamoramento progressivo com Ele, até à comunhão perfeita na Vida Eterna.

 

  • Fieis ao Amor. Deus quer estabelecer com cada um de nós uma intimidade única. Esta intimidade começou já no momento do nosso Baptismo. Tornámo-nos então templos e sacrários da Santíssima Trindade: do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Trata-se de uma comunhão na Verdade e no Amor que, uma vez começada na terra, vai continuar para sempre no Paraíso.

Qualquer pecado desvia-nos do Caminho que é Jesus Cristo e perturba esta intimidade, ou até a mata, se for um pecado mortal. Por isso, Jesus põe como condição desta intimidade guardar a Sua Palavra, isto é, os Seus Mandamentos.

 

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