2 de outubro de 2016 – 27º Domingo do Tempo Comum – Ano C

Jesus está presente na Eucaristia. Está vivo aqui no meio de nós. Reza connosco. Fala-nos. Oferece-Se por nós. E dá-Se a nós na comunhão. Avivemos a nossa fé e o nosso amor a Ele.

Até quando chamarei por vós?

Na primeira leitura o profeta Habacuc queixa-se ao Senhor que os seus clamores não são ouvidos por Ele. Muitas vezes nos pode acontecer o mesmo a nós. Parece-nos que rezamos e não somos escutados. Mas não é assim. Deus responde ao profeta: na altura própria Ele realizará os seus pedidos.

Vale a pena animar-nos na oração e nas súplicas ao Senhor. Ele prometeu escutar-nos sempre: «tudo o que pedirdes ao Pai em Meu nome Ele vo-lo concederá» (Jo 15, 17). E insistiu: «Pedi e recebereis» (Mt 7, 7).

Nossa Senhora veio lembrá-lo em Fátima, há 99 anos, animando–nos a rezar. E a recitar o rosário, a oração dos simples e dos humildes. Ela apoia-nos em nossos pedidos a Jesus e guia-nos na oração, como a mãe que ensina os seus filhos pequenitos.

Ela é também o modelo da oração. Ao ler as páginas do Evangelho, vemos em poucas palavras o Seu exemplo maravilhoso: «Maria conservava todas estas coisas, meditando-as em Seu coração» – diz S. Lucas (Lc 2, 19). Abriu o Seu coração em ação de graças e louvor a Deus em casa de Isabel (Cf. Lc I, 47). Pediu com fé e simplicidade a Seu Filho, alcançando de Jesus, em Caná, o primeiro milagre e a fé para os discípulos (Cf. Jo 2, 1-11).

Foi com Ela que os Apóstolos prepararam na oração a vinda do Paráclito ( Cf. Act 1, 14)

Temos de rezar mais e melhor. Tantos cristãos fazem à pressa umas breves orações. Muitas famílias descuidam a oração no lar. Crianças e jovens não chegam a desenvolver hábitos de oração e, por isso, as suas vidas são vazias e, muitas vezes, desorientadas, sem defesas para o ambiente de paganismo à sua volta.

Dizia o Santo Cura de Ars: «Todos os santos começaram a sua conversão pela oração e por ela perseveraram; e todos os condenados se perderam pela negligência na oração. Digo, pois, que a oração nos é absolutamente necessária para perseverar» (S. JOÃO MARIA VIANEY, Sermão sobre a perseverança)

Aproveitemos o mês do rosário para criar hábitos de oração, para rezar melhor o nosso terço diário, não só dizendo com mais atenção aquelas palavras tão belas, ensinadas por Deus, mas meditando também os mistérios, a vida de Jesus e Sua mãe.

Rezemos com confiança e perseverança. No Evangelho Jesus diz-nos que se tivermos fé faremos milagres. Santa Mónica andou dezoito anos a pedir a conversão do filho. Parecia que Deus não a escutava, mas Ele queria dar-lhe mais, muito mais do que ela pedia. E seu filho Agostinho veio a ser um bom cristão, como pedia sua mãe, mas também um grande bispo , um grande santo e um grande doutor da Igreja.

Se rezássemos mais e com mais fé não haveria tantos males no mundo. Acabaria o terrorismo e a guerra, o paganismo não alastraria em tantos países ricos e menos ricos, apodrecidos pelo dinheiro e pelo materialismo. Rezemos à Virgem, que em Fátima Se chamou a Si própria a Senhora do Rosário. Aprendamos com Ela a rezar, como os meninos com Sua mãe.

Ela leva-nos a Jesus, ensina-nos a unir-nos a Ele na Eucaristia, a mais importante de todas as orações. Aqui o Seu Filho reza connosco. Mais ainda, oferece-se como no Calvário em sacrifício. Para adorar, para louvar, para agradecer, para pedir perdão pelos nossos pecados, para alcançar-nos todas as graças que necessitamos. Ano da Eucaristia. Aprendamos a viver melhor o mistério eucarístico, fonte e cume de toda a vida cristã.

Reanimes o dom de Deus

Jesus deixou-nos a Eucaristia e, com ela, o sacerdócio. É pelos sacerdotes que Se torna presente no meio de nós na Sua Palavra e no Seu Corpo e Sangue.

Na segunda leitura S. Paulo lembra a Timóteo o sacramento da Ordem que recebeu: «Exorto-te a que reanimes o dom de Deus, que recebeste pela imposição das minhas mãos». Nele, Deus dá poderes excelsos aos sacerdotes e a graça para desempenharem a missão que lhes confiou. O sacerdote é para a Eucaristia.

Temos de rezar pelos sacerdotes, para que sejam fiéis ministros de Cristo, distribuindo a Sua Palavra e o Pão da vida a todos os homens. «Deus não deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de caridade e moderação» (2.ª leit.).Peçamos para eles essa fortaleza para poderem ser profetas de Deus no mundo em que vivemos.

«Guarda a boa doutrina que nos foi confiada» (2.ª leit).O sacerdote tem de transmitir fielmente a doutrina de Cristo com todas as suas exigências, resistindo à tentação de fazer descontos ou de calar as verdades que não são populares ou chocam com a mentalidade em voga. É essa doutrina que pode salvar, que pode transformar o mundo, que pode dar sentido à vida dos homens.

Pais e catequistas têm de empenhar-se também em transmitir fielmente a doutrina de Jesus, procurando que as crianças conheçam bem as verdades da fé, as fixem e aprendam a vivê-las na vida de cada dia. Ao começar o novo ano de catequese vale a pena meditar na urgência de conhecer bem o catecismo. E pedir a Deus que os catecismos sejam não só gráfica e pedagogicamente atraentes mas que possam alimentar deveras a fé das crianças. «Guarda a boa doutrina que nos foi confiada». Tomemos a sério esta recomendação de S. Paulo.

Temos de empenhar-nos todos na transformação do mundo, levando-lhe a fé cristã. Ela é a boa nova da salvação, da felicidade. Aqui e na eternidade. Não tenhamos complexos de inferioridade e de medo. Trabalhemos com entusiasmo e sacrifício na transmissão da doutrina de Cristo em todos os ambientes. O Dia mundial das Missões vai lembrar-nos esta obrigação missionária de todos os cristãos. Temos de imitar a audácia de S. Francisco Xavier e a oração e sacrifícios de S.ta Teresinha do Menino Jesus.

Trabalhemos com fé e fortaleza, cada um no seu lugar, sem dar nas vistas, sem esperar que nos batam palmas e sem ter medo de críticas e incompreensões. Depois de termos feito o nosso trabalho diremos: «Somos servos inúteis. Fizemos o que devíamos fazer» (Ev).

Aumenta em nós a fé

O justo vive da fé – diz-nos a primeira leitura. «Se hoje ouvirdes a voz do Senhor não fecheis o coração» – continua o salmo.

A fé é fiar-se em Deus. É estar atento à Sua palavra, que continua a ser-nos transmitida pela Sua Igreja. É aceitá-la, procurar conhecê-la e esforçar-se por vivê-la na vida de cada dia. E nunca é fácil. Porque é aceitar o que não se vê, aquilo que muitas vezes se não compreende, fiados apenas em Deus e na autoridade da Sua palavra, que não mente nem se engana.

Temos de viver a fé na vida de oração. Mas também na vida de cada dia, no trabalho e na família, cumprindo fielmente o que Jesus nos ensina, apoiados na Sua graça, abandonando-nos alegremente ao querer de Deus.

Temos de vivê-la no apostolado. «Mar a dentro – disse Jesus a Pedro – e lançai as vossas redes para pescar. E Simão responde: Mestre, tendo trabalhado toda a noite não apanhámos nada, mas, à Tua palavra, lançarei as redes». E deu-se a pesca milagrosa e inesperada (Lc 5, 1-11).Também a nós o Senhor diz: mar adentro e lança as redes para a pesca. É o Papa que o repete para todos os cristãos na carta Novo Milénio.

Precisamos da fé para viver a Eucaristia, que é, por excelência, mistério da fé. Ano da Eucaristia este que vai deste Outubro até ao do próximo ano – como estabeleceu o Santo Padre. Neste mês celebra-se o Congresso Eucarístico Internacional. Os cristãos têm os olhos postos no México e nesta celebração.

Vamos viver mais a nossa fé e o nosso amor à Eucaristia. Que se note um fervor maior em toda a Igreja.

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