VEM, SENHOR JESUS!

Aconteceu mesmo. – O pai está? – Acho que não, respondeu o menino. Quem fala? – Diga-lhe que lhe telefonou o Jesus… – Ai tu és o Jesus? – Sou, sim…disse o amigo do pai, um pouco intrigado com a pergunta do menino. – Olha, eu gosto muito de Ti! Todos cá em casa gostamos muito de Ti! Espera, eu vou chamar o meu irmão… É o  Jesus, vem cá! Ai tu és o Jesus? Eu também te amo!

Do outro lado, só um nó na garganta, e resposta impossível.

Do outro lado… Do outro lado, também o «Outro», o verdadeiro Jesus, ouvia, comovido, aquelas declarações de amor em silêncio. Valia a pena ter morrido por nós para ouvir as nossas declarações de amor, pois para ouvi-las é que morreu na cruz.

«Vem, Senhor Jesus!», põe-nos na boca a Liturgia da Igreja. Também nesta nossa casa, todos gostamos muito de Jesus e aprendemos a gostar cada vez mais. Chama os teus irmãos, porque é Jesus quem chama e espera escutar a voz de cada um.

«Vem, Senhor Jesus!» Nem sabemos bem o que pedimos; pedimos tudo; pedimos a felicidade atual e eterna. Estamos pedindo a bem-aventurança. E «quem só pede ao Senhor a bem-aventurança e só por ela anseia, pede com segurança e certeza e não teme receber com ela qualquer dano, porque pede aquilo sem o qual de nada lhe serviria qualquer outra coisa que recebesse, orando como convém. Esta é a única verdadeira vida bem-aventurada: contemplar eternamente a bondade do Senhor, na imortalidade e incorruptibilidade de corpo e alma. Só por causa desta felicidade se buscam outros bens, só com esta finalidade se pede como convém. Quem alcançar a vida bem-aventurada terá tudo o que deseja e nela nada encontrará que não lhe convenha» (Santo Agostinho, «ad Probam».

O silêncio do Menino no seio de Maria, o silêncio do Menino no Presépio, como o silencio de Jesus no Sacrário, é um silencio expectante. «Vem, Senhor Jesus!», mostra-nos a tua face, mostra-nos o teu sorriso, mostra-nos o teu amor, e já nada nos inquietará. Basta-nos saber que nos amas para saber que nos perdoas e nos esperas no Céu.

«Eu vos digo que tudo o que pedirdes na oração, crede que já o recebestes» (Mc 11-24), responde-nos o Senhor. Pois, se já O recebemos pela fé e pela Sagrada Comunhão, penhor da vida eterna, de que mais precisamos que não esteja contido em Jesus?

 

 

 

Fonte: Revista Celebração Litúrgica

Autor: Hugo de Azevedo

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