28 de março de 2021- Domingo de Ramos na Paixão do Senhor – Ano B

A liturgia deste dia fala-nos do triunfo e glória, e do sofrimento e paixão de Jesus Cristo. Assim, Jesus apresenta-se num duplo aspeto; o de Rei messiânico e do “Servo do Senhor”.

Antes de mais tomemos conta de como Jesus Cristo, sendo Deus, se coloca perante as circunstâncias como Homem. Ele é de facto chamado o “Filho de Deus”.

São Marcos sublinha essa opção repleta de humildade em várias passagens. O Sumo Sacerdote pergunta a Jesus se ele é o Messias, o Filho de Deus, Jesus responde: “Sou sim. E verão o Filho do Homem sentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do Céu”.

O mundo pergunta se Ele é o Filho de Deus e Ele responde que é o Filho do Homem, Filho do Homem como figura bíblica, quer dizer, um ser humano que vem de Deus.

Na Paixão e Morte de Jesus Cristo, o “Filho de Deus” e o “Filho do Homem” coincidem. Jesus é o “filho querido” de Deus que une a sua vontade à vontade do Pai, para que, pelo dom da sua vida, vença o pecado e a morte. Por isso, quando Cristo morre na cruz por causa da justiça e do amor, o representante do mundo universal, o soldado romano exclama solenemente: “Este era de facto o Filho de Deus”.

Se quisermos conhecer Jesus Cristo como homem lembremo-nos da leitura deste evangelho. Ele enche-se de pavor e angústia, sente uma tristeza de morte, pede ao Pai que afaste d’Ele o cálice do sofrimento e grita em voz forte: “Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonaste?” E morre depois de soltar um forte brado. Tudo como qualquer homem.

Mas neste mesmo evangelho poderemos conhecer Jesus Cristo como Deus.

Ele defende uma pecadora, partilha a ceia com o traidor, inaugura uma nova aliança no seu Corpo e no seu Sangue, previne Pedro, exorta à oração, encara o julgamento injusto de ânimo leve e em silêncio e leva o centurião a confessar ao vê-lo morrer “Na verdade este Homem era Filho de Deus”.

Sabemos que a Paixão continua em nós, mas por medo ou fraqueza nem sempre aceitamos. Pretendemos alcançar a Redenção, sem termos passado pelo Calvário, planeamos grandes atos de generosidade, mas temos dificuldade em compreender as pequenas /grandes cruzes de cada dia: o nosso dever, o perdão generoso, a persistência no trabalho difícil, a aceitação da doença e da fraqueza.

As leituras de hoje levam-nos também a conhecer o coração do homem: um companheiro que atraiçoa; um amigo que renega outro amigo; chefes religiosos e civis que se vendem aos interesses e conspiram contra um inocente; o povo oprimido pede a morte dum colega de desgraça que tinha vindo libertá-lo e salvá-lo; os discípulos abandonam o Mestre no pior momento; os soldados, os chefes e os que passam riem-se dum condenado à morte.

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