19 de agosto de 2018 – 20º Domingo do Tempo Comum Ano B

O senhor faz-nos hoje um convite «Eu sou o Pão vivo descido do céu. Vinde e comei»; dá-nos uma certeza «Se não comerdes a Carne do Filho do homem e não beberdes o Seu Sangue não tereis a vida em vós»; anuncia-nos uma promessa «Quem come a Minha Carne e bebe o Meu Sangue viverá eternamente e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia».
E, ao ouvirmos estas palavras de Jesus, vem-nos com certeza à lembrança aquela maravilhosa tarde de 5ª feira Santa em que o Senhor, antes de partir para o Pai, reúne no Cenáculo os Seus amigos mais íntimos , os 12 apóstolos para com eles tomar a habitual refeição em que o povo judaico, ritualmente, na repetição anual da refeição pascal, celebrava toda a série de acontecimentos salvíficos de Deus para com o Seu povo.
De Noé a Moisés, passando por Abraão, sempre que as gerações, uma após outra, partilhavam o cordeiro pascal e o pão ázimo, os pais cantavam aos filhos as maravilhas que Deus tinha operado em favor do Seu povo. E este sentia um renovar de compromisso da sua aliança com Deus. É neste contexto que Jesus quer dar um ainda mais amplo e sublime sentido à Nova Aliança que vai selar com os homens. Agora a vítima do sacrifício é Ele próprio. Ao tomar em Suas mãos o pão ázimo dizendo «Tomai e comei todos, Isto é o Meu Corpo» e ao levantar o cálice com o vinho e pronunciar «Tomai e bebei, Isto é o cálice do Meu Sangue, segue da nova e eterna aliança que vai ser derramado por vós e por todos os homens para remissão dos pecados», o Senhor acabava de instituir o sacramento da Sagrada Eucaristia ou da Sagrada Comunhão.
Na realidade, Deus amou de tal modo o homem que, apesar das suas contínuas infidelidades e traições ao longo da história divina e até mesmo sabendo da morte que irá ser infligida ao Seu próprio Filho que enviara à Terra para salvar esse mesmo homem, apesar disso, dizíamos, Ele quis perpetuar a Sua presença no meio dos homens até ao fim dos tempos. E que maneira mais sublime encontraria para o fazer do que dar-nos a Sua própria Carne e o Seu próprio Sangue para nosso alimento? «A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida» afirma vigorosamente Jesus perante os que O ouviam, após o milagre da multiplicação dos pães.
Não retira uma só palavra, nem procura atenuar qualquer incredulidade que possa ter surgido com tão estranha afirmação.
Carne e sangue que são presença real – é o próprio Jesus que, sob as espécies do pão e do vinho, ali está presente – ali se nos oferece vivo. Carne e sangue em presença plena, Ele é o mesmo Salvador ressuscitado que está sentado à direita do Pai. Ele está igualmente presente em todas as Missas que, ao mesmo tempo ou em horas diversas, nos mais variados lugares se celebram no mundo inteiro. No entanto, somente ao Sacerdote cabe, em cada Missa e, por mandato expresso de Jesus na Última Ceia «Fazei isto em memória de Mim», consagrar o pão e o vinho que se tornaram no Seu próprio Corpo e Sangue. O celebrante de cada Missa tem ainda o privilégio da distribuição deste Sacramento pelos fiéis, podendo, no entanto, sempre que necessário ser ajudado por leigos especialmente preparados e autorizados para o fazerem. Como o próprio nome deste Sacramento indica, a Comunhão é a participação no dom que Deus a todos concede – uma união mais íntima com Cristo e com os nossos irmãos n’Ele. Por estar intimamente ligada ao aspeto sacrificial da Missa, a Sagrada Comunhão toma o seu sentido mais pleno quando recebida pelos que participam nessa mesma Missa.

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