14 de junho de 2014 – 11º Domingo do Tempo Comum Ano B

Estamos sempre à espera de melhores dias, para o mundo e para a Igreja, mas imaginamos a sua realização ao nosso jeito.

O triunfalismo, a glória humana que chama a atenção dos outros, a força que esmaga os que se nos opõem são uma tentação constante.

Deus tem outros caminhos diferentes dos nossos, para implantar nos corações o Seu Reino e desenvolvê-lo.

DEUS TRINFA NA HUMILDADE

A humanidade espera no futuro. Mas a realização perfeita das suas esperanças está nas mãos de Deus e nem sempre os Seus planos coincidem com os nossos.

A APARÊNCIA E A REALIDADE

O triunfalismo da vitória fácil e estrondosa continua a ser a nossa mais perigosa tentação. Sonhamos com o nascimento das obras de Deus já perfeitamente desenvolvidas, sem dificuldades de qualquer género.

Ficamos desconcertados quando verificamos que a Igreja se enfrenta com inúmeros obstáculos para realizar a vontade de Deus. Imaginamo-la dominadora, submetendo tudo e todos aos seus critérios. Custa-nos apostar na liberdade das pessoas (também os pais, na educação dos filhos), porque partimos do princípio que, sendo a oferta boa como é, prestamos um serviço às pessoas, forçando-as a aceitá-la.

afligimo-nos com o esvaziamento dos nossos templos, mas não nos preocupamos com esvaziar da nossa vida do egoísmo, da preguiça, e da consequente fuga ao compromisso com Deus e com os irmãos. Gostaríamos que tudo mudasse para melhor de um modo espetacular, mas sem esforço da nossa parte.

O ESTILO DO ATUAR DE DEUS NIO MUNDO

Os planos de Deus são muito diferentes dos nossos. Ele quer fazer crescer o Seu Reino a partir de um pequeno rebento de fidelidade que Ele planta em nosso coração.

Compete-nos apenas fazer o bem, e não nos deixarmos dominar por uma preocupação exagerada de ver os frutos.

Assim anuncia o profeta Ezequiel nos amargurados tempos do exílio de Babilónia. De um ramo insignificante, sem grande aparência, Deus fará crescer uma árvore, num local alto, a cujas sombras virão abrigar-se as aves do céu.

É esta a história da Igreja. É assim também a das obras de Deus: cheias de dificuldades, combatidas e com retrocessos, pelo menos aparentes.

Não se passa o mesmo no nosso caminhar interior? Não temos muitas vezes a impressão de que somos incapazes de progredir e de que até andamos para trás?

Este mesmo drama repete-se na vida terrena de Jesus: aparentemente, acaba no mesmo estrondoso fracasso da Cruz.

TUDO PARA BEM!

Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus. Temos, pois, motivos, para viver em contínua ação de graças quando, tendo feito tudo o que está ao nosso alcance, nos parece que as coisas não resultam à medida dos nossos desejos.

É DEUS QUEM FAZ CRESCER O SEU REINO

Para nos ajudar a compreender estas realidades, Jesus lança mão de duas parábolas: uma refere-se à imagem e outra à realidade do Reino de Deus.

A FECUNDIDADE DA SEMENTE

O Reino cresce à imagem e semelhança da semente. Lançámo-la à terra. Passam-se muitos dias, e parece que tudo está parado. Mas dentro dela, está a desenvolver-se um processo e crescimento, porque traz em si mesma a força que faz desenvolver. Quando a planta aparece à flor da terra, já muita coisa se passou.

Somos impacientes com as obras de Deus e também com a nossa vida interior. Parecemo-nos com a criança que enterra no jardim uma semente e, no dia seguinte, levanta-se cedo, com a esperança de encontrar uma planta formosa. E ao deparar com a terra ainda com o aspeto de ter sido remexida na véspera, desfaz a sementeira, desiludida. Gostaríamos de corrigir os nossos defeitos de uma só vez: e que se corrigisse com um único conselho aquele que nos está confiado.

PACIÊNCIA E PERSEVERANÇA

O lavrador tem, entre muitas outras virtudes, as da paciência e da esperança. Vive a sonhar com as colheitas, olhando a terra que parece ferida de esterilidade, e não desanima no meio dos muitos riscos que a sementeira corre em todo o arco da sua vida.

É a graça de Deus que nos faz crescer, com a energia interna da semente. A terra oferece as condições. É também o que temos de fazer em relação à semente de santidade que o Senhor lançou dentro de nós pelo Batismo.

A conclusão é muito clara: frequentemos meios de formação, abrindo o nosso interior à semente da graça. O mais importante é que a semente da Palavra de Deus seja lançada à terra dos corações. A ignorância religiosa é hoje o maior obstáculo ao Reino de Deus.

Colaboremos na medida das nossas possibilidades, usando os meios que o senhor deixou ao nosso alcance, para vencermos. E o Senhor fará que, a partir do grão de mostarda, a planta – a Igreja – cresça no mundo e dê frutos de santidade, ainda que nos pareça que está tudo sempre igual!…

EUCARISTIA, SEMENTEIRA DIVINA

É para lançar em nossos corações a boa semente da Sua Palavra que o Senhor nos reúne no primeiro dia de cada semana – o Domingo. Fecunda o terreno do nosso coração com o Seu Corpo e Sangue, para que vamos e demos fruto abundantes.

Temos por vocação ser mensageiros da verdadeira esperança.

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