13 de junho de 2016 – Festa de Santo António de Lisboa

Há testemunhos de vida que nos ajudam a melhor perceber o Mistério de Deus e a sua dedicação ao Homem. A Eucaristia, a celebração plena dessa realidade, torna-se mais próxima com a vida de Santo António.

Ao colocarmos Santo António como ponto de referência ilumina-se para nós o mistério profundo da comunhão com Deus. Ele foi o Homem sensível aos projetos de Deus. Ele foi homem livre ao entregar-se tão generosamente. Ele deu-se em comunhão profunda e inteligente na imitação de Cristo e na paixão tão ardente pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo e pela Igreja.

SAL E LUZ

 A cada discípulo é pedido a docilidade da aprendizagem. A descoberta do potencial humano, os seus dons e capacidades, postos ao serviço dos outros, e sobretudo do projeto salvífico de Deus, potenciam, pela ação da Trindade, a pessoa, a uma compreensão profunda e a uma entrega generosa.

O dar-se é pois potencializado, pela ação gratuita de Deus, e eleva à mais plena maturidade humana, identificada com o amor e corroborada pela liberdade. Torna-se realidade, então, o que nos diz a 1ª Leitura: «Aquele que medita na lei do Altíssimo, se o Senhor, que é grande, assim quiser, será cheio do Espírito de inteligência . (…) Derramará palavras de sabedoria. (…) fará brilhar o ensino que transmite (…)».

Sar-se como «Sal» e «Luz» é projetar a vida na dimensão mais sábia, mais bela, mais forte e mais fecunda, como fruto da adesão ao movimento divino, assinalado pelo «fogo» do Espírito Santo. É algo de grandioso e marcante que se projeta no tempo: « (…) a lembrança dele não passará».

Ser Sal da terra e Luz  e atividade, não defraudando a novidade da doutrina de Cristo na exposição e oferta da palavra aos seus ouvintes.

Não temer o ambiente contrário a Cristo ou de subtis interpretações da Sua mensagem. Colocar-se em diálogo permanente com todos para dar Deus, para estimular a amar a Deus, para «apaixonar» outros por Deus. Não ter medo de denunciar os erros e de ser atual, centrando todos e todas as coisas no «coração misericordioso de Deus». Fazer render ao máximo as capacidades humanas por amor a Deus e aos homens. Ser fiel ao recebido sem manipulações e com a sintonia constante, pela oração ao projeto de Deus.

A OBRA DA SANTÍSSIMA TRINDADE

O amor de Deus por nós é admirável. Parece que tanto amor nos traz confusão!

A Trindade modela os homens com traços impressionantes de amor. A Trindade modela os Santos de encanto, formosura e mais «semelhantes», a Si. Vê-los, ouvi-los, tocá-los «materializa» a presença misteriosa de Deus e grita forte como Deus busca o homem em constante misericórdia.

Quem dá a Deus a primazia, e nele habita a sinceridade e o trabalho humilde da procura dócil do mesmo Deus, cresce de maneira frondosa e robusta e a sua vida é testemunho contagiante da novidade do Reino de Deus.

E não parou a ação de Deus sobre os homens. Sobre nós permanentemente «paira» o Espírito do Senhor e a Força Redentora do Sangue do «Cordeiro» e a Misericórdia do Pai. Quem livre e generosamente abrir o coração a este Mistério será como o seu Mestre e a sua vida sementeira de Cultura, de Serviço e de Vida.

SANTO ANTÓNIO

Santo António é o apaixonado da Trindade. Seu coração queima na ânsia de aprender sobre Deus; é fogo devorador que quer derramar-se em entrega máxima: martírio; é o fogo vulcânico em palavra viva que atrai, aquece, ilumina e converte; é testemunho perpetuado de uma vida sábia. Porquê?

  1. Vida de Oração

Numa das investigações médicas aos «restos mortais» do Santo descobriu-se que as suas rótulas estavam alargadas e a explicação foi de que passava longas horas de oração. Será impossível o testemunho ser «ver», «tocar» e «ouvir» na experiência sempre fecunda da oração. António dá-se – dando Deus – com simplicidade, humildade, pobreza e inteligência de um conhecimento enamorado. Não é o seu discurso só uma palavra pesada, medida e colorada do raciocínio humano, mas fecundada pela ação de Deus.

  1. Vida de entrega: Sacrifício

Tem uma capacidade enorme de entrega. Sempre se esquece de si e sempre escolhe o mais difícil. Vida austera na comida e no descanso. Muitas vezes passa sem comer para se dedicar totalmente à palavra. E pacientemente recebe o seu público que às vezes são ouvintes difíceis. Tudo espera à ação de Deus sacrificando o seu «eu».

  1. Vida Comunitária

Transmite-nos uma experiência maravilhosa de compreensão da Igreja. Ele ama-A profundamente e entrega-se à tarefa da sua permanente construção e plenitude. Sente-se comunidade e se envolve responsavelmente no seu serviço. Para tal missão descobre com a ajuda de Deus a sua vocação em serviço dos irmãos e a ela se entrega com grande afinco e plenitude.

E NÓS…

Com o olhar em Santo António, e pela fecundidade da sua vida, também Deus nos «toca» para respondermos ao seu amor numa vida de total testemunho cristão.

A inteligência e os nossos dons devem ser para melhor conhecermos a Deus: refletirmos e amarmos a Santíssima Trindade e a sua relação com cada um de nós e como estamos envolvidos no Seu Plano Salvífico.

Simplicidade, generosidade, disponibilidade e fidelidade para nos colocarmos em serviço, em missão, é o que se nos pede.

Cristo quer a nossa vida para continuar a obra da salvação. Cristo quer ter necessidade de cada um de nós. Se não houver quem evangelize muitos não conhecerão o Senhor e o Seu nome se apagará de tantos livros e vidas. Se não houver quem queira morrer não haverá sementeiras fecundas com o trigal da dignidade humana fecundado pelo Sangue de Cristo Redentor. Em todos os ambientes Cristo deve reinar pela nossa vida de entrega ao Seu Plano de Salvação.

E tu como respondes?

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