6 de julho de 2021 – terça-feira da 14ª Semana do Tempo Comum -A messe é grande e os trabalhadores são poucos.

A MESSE É GRANDE

  1. Duas imagens bíblicas. O evangelho de hoje é uma passagem de transição que introduz o discurso apostólico de Jesus, que começaremos amanhã. O texto contém duas partes distintas: 1ª Cura por Jesus de um endemoninhado mudo, facto que provoca a admiração do povo simples e a crítica mal-intencionada dos fariseus, fechados voluntariamente à evidência de Deus. 2ª Compaixão de Jesus pelas multidões. O evangelista faz um resumo da atividade apostólica de Cristo que “percorria todas as cidades e aldeias, ensinando nas suas sinagogas, anunciando o reino de Deus e curando todas as doenças e enfermidades”.

Isso deu-lhe ocasião de ver a situação em que se encontravam as multidões. “Ao vê-las compadecia-se delas, porque estavam cansadas e abandonadas como ovelhas sem pastor”. E a seguir faz aos seus discípulos esta reflexão: “A messe é grande, mas os operários são poucos; pedi, pois, ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe”.

As duas imagens que Jesus emprega, ovelha e messe, são bíblicas e remontam ao Antigo Testamento. “Ovelhas sem pastor” descreve a situação do povo israelita, disperso, sem unidade e sem guias espirituais. O conceito veterotestamentário de “pastor do povo” era amplo e referia-se tanto a juízes e reis como a sacerdotes e profetas. Imagem familiar a uma cultura de povos nómadas, cujos antepassados foram também pastores, como os patriarcas, Moisés e o rei David, por exemplo.

Jeremias e Ezequuiel profetizaram que, perante o abandono do povo, o Senhor mesmo se converteria em pastor do seu rebanho. Profecia que teve pleno cumprimento na pessoa de Jesus, o bom pastor que sente compaixão e ternura pelas suas ovelhas, até dar a vida por elas. Assim a comunidade cristã pode caminhar confiante e sem angústia ao encontro do Pai, porque sabe que Cristo é o seu pastor.

Do mesmo modo a imagem da colheita da messe foi utilizada pelos profetas para indicar o futuro Reino messiânico, que seria também o último tempo, o da ceifa, isto é, o julgamento de Deus. O próprio Jesus utilizou a imagem na parábola do joio e do trigo. Pois bem, esse momento final chegou já; a etapa última da história já começou com a vinda do reino de Deus. Tudo está pronto para a colheita, veio dizer Jesus; mas fazem falta ceifeiros.

 

  1. Diversos setores de evangelização definem as urgências apostólicas de hoje. A situação presente reclama um compromisso global de toda a comunidade cristã no empenho evangelizador, para passar de uma pastoral de conservação e cristandade a uma Igreja em permanente estado de missão, a fim de que a força do evangelho penetre e vivifique as novas formas culturais da nossa sociedade.

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