29 de outubro de 2017 – 30º Domingo do Tempo Comum – Ano A

A liturgia da Palavra de hoje leva-nos a refletir sobre o tema sem dúvida mais focado ao longo de toda a Bíblia, no Antigo e no Novo Testamento, do Génesis ao Apocalipse. Razão pela qual Deus envia ao mundo o Seu próprio Filho e que leva Este a deixar-se matar numa Cruz- o Amor. Amor no que ele tem de mais grandioso e profundo. Abnegação total diante do ser amado.
Ao repto do fariseu sobre qual era o maior mandamento da Lei, o Senhor refere primeiro o Amor a Deus brotando do mais íntimo do ser humano para, logo a seguir, pôr em paralelo com aquele, o amor ao próximo, este em igual medida ao que temos a nós próprios.
E como têm vivido os cristãos esse mandamento? Como o temos nós hoje, aqui e agora, posto em prática? A 1ª leitura, extraída do livro do Génesis dá-nos diretrizes muito concretas neste campo e perfeitamente atuais nos dias de hoje: «não prejudiques o emigrante nem o oprimas. Vós próprios fostes emigrantes nas terras do Egipto», lembra-te o Senhor; «não maltrates a viúva, nem o órfão»; «se emprestares dinheiro a alguém do Meu povo, ao pobre que vive junto de ti, não deves exigir-lhe juros»; « se tomares como penhor a capa do teu companheiro, tens de lha devolver ao pôr do sol, pois é tudo o que possui para se cobrir… «Se algum deles vier a bradar por Mim, escutá-lo-ei porque Eu sou compassivo».
Exatamente, proceder para com os outros como gostaríamos que procedessem para connosco. E porquê? Porque os outros, o próximo, como lhe chama o texto do Evangelho, é Cristo, reencarnado nos irmãos.
Não diz o Senhor a certa altura da escritura «porque tive fome e deste-Me de comer, tive sede e deste-Me de beber; era peregrino e recolheste-Me; estava nu e deste-Me de vestir; adoeci e visitaste-Me; estava na prisão e foste-Me ter comigo».
Senhor, quando foi que fizemos tal, perguntam admirados? E a resposta perentória «em verdade vos digo: sempre que fizeste isto a um destes irmãos mais pequenos, a Mim mesmo o fizeste». E, na verdade, só procurando descobrir a face de Cristo no próximo, nós seremos capazes tantas e tantas vezes de ultrapassar a indiferença, o desamor, a revolta, talvez o ódio, a náusea mesmo que nos podem causar certos irmãos nossos. É um esforço que temos que ir fazendo, caso a caso, se queremos ser cada vez mais semelhantes a Cristo que nos amou a todos com igual amor.
E ao sermos hoje alertados para os casos concretos apontados na 1ª leitura, perguntamo-nos a nós mesmos como aceitamos, recemos e ajudamos a integrar nos nossos grupos sociais, os que pelos mais diversos motivos se viram um dia obrigados a deixar a sua aldeia para vir para a grande cidade, o seu país para vir para o nosso (lembrando os que vivem em condições verdadeiramente degradantes – em barracas, nos bancos dos jardins, junto das Igrejas.
A viúva, o órfão, indefeso quantas vezes, perante uma sociedade em que o que vence é o mais forte e a situação deles é de fraqueza. O pobre, o verdadeiro pobre a quem tudo falta, por vezes até a própria dignidade perante a situação degradante em que caiu. Que fazemos?
Em marcha uma campanha a que poderíamos aderir em espírito de colaboração imediata: «Que cada freguesia cuide dos seus pobres». E aqui estão contidos não só os pobres de dinheiro, mas muito mais: os pobres porque falhas de carinho, de amparo, de solidariedade humana, de quem se preocupe com as suas necessidades espirituais.
E porque, na freguesia há uma maior possibilidade de conhecer as verdadeiras necessidades de cada um e porque, conhecedores de perto dessas mesmas necessidades, um maior interesse e empenho numa tentativa de solução dos problemas, aqui está por certo um caminho que nos levará a algo de concreto.

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