2 de novembro de 2023 – Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos

Hoje, seguindo um costume da Idade Média, a Igreja comemora todos os fiéis defuntos, isto é, os cristãos que ao longo dos séculos acreditaram e viveram conforme o ensinamento de Jesus, confiaram na misericórdia de Deus e esperaram confiadamente na ressurreição dos mortos.

 

Deus é misericordioso e compassivo em extremo e nunca não poupou esforços para nos salvar; nem mesmo o pecado persistente consegue fazê-lo desistir do seu desejo de nos redimir. Na verdade, até o fim da vida, quando expirarmos no último minuto, Deus continuará a oferecer-nos a opção de decidirmo-nos pela vida e de nos libertar da morte eterna.

Ao comemorar a memória de todos os fiéis defuntos, refletimos sobre o purgatório, a “purificação final dos eleitos” (Catecismo da Igreja Católica, 1031), na qual a misericórdia de Deus alcança a sua expressão suprema na forma oculta. O purgatório, às vezes descrito como fogo purificador (cf. 1 Cor 3, 15, 1 Pedro 1, 7), põe fim aos efeitos do pecado na nossa vida.

Mas, é claro, a existência do purgatório não nos isenta de lutar contra o pecado aqui nesta vida. Como disse São Paulo: “Pelo batismo fomos sepultados com Cristo e morremos para ressuscitar e viver uma nova vida” (Rom 6, 4).

Que aplicação tem para nós essa união com a morte de Cristo no nosso dia-a-dia? É importante porque somos nós que devemos atualizá-la, reafirmando diariamente a nossa união com Jesus e deixando que a sua cruz no separe do pecado e da morte. De facto, ficamos livres do pecado pela confissão sacramental, recebendo a absolvição de todos os pecados e reafirmando a convicção de que fomos crucificados com Cristo e agora estamos mortos para o pecado. Se nos lembrarmos de aplicar a cruz de Cristo a todos os aspetos da vida, podemos purificar-nos cada vez mais, vencendo a nossa natureza decaída.

O purgatório não é mais do que uma extensão da obra da cruz, uma continuação do desejo de Deus de nos levar para o seu Reino. Mas não devemos esquecer que Deus quer que nos purifiquemos e nos santifiquemos dia após dia, sem esperar pelo purgatório.

Se hoje pedirmos ao Senhor que encha a nossa vida com o seu amor, então teremos um duplo benefício: daremos um passo menos doloroso e mais confiante para a vida eterna e receberemos uma vida mais alegre e frutífera aqui na Terra.

Neste dia, louvemos e dêmos graças ao Pai eterno pela sua misericórdia e compaixão, porque em vez de nos tratar como as nossas falhas e erros merecem, oferece-nos a purificação e a salvação através da cruz de seu Filho.

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