19 de março de 2022 – Solenidade de São José, Esposo da Virgem Santa Maria

Celebramos com alegria e gratidão o Nosso Deus que se doa inteiramente a nós na Eucaristia. Deus vivo está connosco. Ele nos interpela como interpelou São José.

Em São José contemplamos uma pessoa bela que soube traduzir como ninguém as maravilhas de Deus. Um discípulo jovem e bem maduro que no silêncio, na discrição, no dinamismo e no compromisso de toda a sua vida soube responder sábia e generosamente à proposta de Deus. Por isso interpela de forma intensa nossa vida e missão.

Percebemos porque é o protetor da Igreja, protetor da família, protetor do verdadeiro amor e modelo do discípulo. É que dele dimana um perfil de autenticidade bíblica, de humanidade integral, de místico do quotidiano, da urgência do amar e do servir. Dele percebemos que evangelização e missão não é algo diferente da vida concreta e quotidiana.

1- Personagem Bíblica encantadora.

São José é uma das personalidades mais belas e tocantes da Sagrada Escritura. A sua vida e missão tiveram sempre o seu centro em Deus. Em Deus cresceu até aquela maturidade humana e divina própria das grandes personalidades bíblicas.

Um Homem verdadeiramente interessante e sólido na vivência de grandes experiências do divino de uma forma tão serena, sábia, eficaz e dinâmica. Um Justo de timbre fiel, dócil, recto, preciso, amorosamente humilde, místico do quotidiano, sonhador de Deus e da Sua vontade, enérgico e dinâmico executor das ordens divinas, um trabalhador incansável de construções eternas.

Em Abrão há uma proposta e há desculpas. Em Moisés há uma proposta e há desculpas. Em José há uma proposta grande e há silêncio, contemplação, aceitação e compromisso. Não há lamentos, pessimismos, desculpas, compensações.

São José é uma personalidade que Maria amou, que Jesus amou, que todos amamos. É preciso fazer salientar ainda mais esta personalidade para os tempos de hoje, para discípulos sedentos de autenticidade, maturidade, entrega, silêncio, contemplação, ação e dinamismo pronto. Discípulos que não se deixam levar pela competição, pela imagem, por esquemas tão complexos que descentram do essencial.

 

2- Centro da sua vida: Maria e Jesus.

São José foi um menino feliz, um jovem feliz, uma pessoa feliz. O seu silêncio e postura falam muito da sua personalidade encantadora que revela essa alegria profunda, serenidade sábia e capacidade de se doar.

O amor grande da sua vida foi Maria. Como José admirou, se apaixonou e amou intensamente Maria! Foi um amor que o conduziu a Cristo. Maria exerceu em São José o que na Cruz Jesus Lhe dará como tarefa de acompanhar maternalmente os seus discípulos. José deixou-se conduzir por Maria. Com Ela aprendeu a crescer na fé, na confiança, na entrega e no amor. Esse amor tão grande, sólido e divino a Maria foi esclarecido com a aceitação do projecto de Deus. Por isso aceita aquela maternidade como ação surpreendente do Espírito Santo.

José não tem receio de acolher a Jesus Cristo, dom precioso do Pai. Acolhe Jesus no mistério da sua incarnação, contempla-O e ama-O e enceta, como discípulo, um caminho de sólida e profunda compreensão do mistério do Filho de Deus por quem faz tudo numa docilidade incomparável e num compromisso total que exige toda a sua vida em sacrifício agradável silencioso e fecundo.

 

3- Missão de José: cada um de nós.

Há autores famosos que gostamos de citar, de ler e reler suas reflexões. Há vidas que achamos ser “estrelas” tão importantes, até do âmbito religioso. Mas quase nos passa despercebida esta pessoa encantadora que é São José. No edifício de santidade forçosamente temos de saber ler e reler todos os traços magníficos da personalidade de São José, da sua profunda e esclarecida fé, da sua estrutura humana simples, humilde, bela, madura, da sua confiança na Palavra de Deus e nas mensagens que Deus lhe faz chegar na serenidade dos seus sonhos, pelos anjos, seus amigos.

Ele faz-nos um apelo a uma vida vivida com intensidade e profundidade da fé, dentro de toda a discrição, silêncio, que tornam ainda mais eficaz a nossa participação no mistério de Deus.

Ele faz-nos o desafio de acolhermos o Filho de Deus que Maria nos oferece, com toda a doçura do nosso coração, da nossa inteligência e com todas as nossas capacidades. E assim podermos oferece-Lo a todos.

São José desafia-nos a um compromisso com a família no acolhimento da vida. Ele acolheu aquele dom de vida que foi o próprio Filho de Deus, que não estava dentro dos seus pessoais projetos. Assim nos interpela ao mais sagrado da vida que rompe os esquemas das nossas projeções e da nossa contabilidade fria e matemática, para se revelar como surpresa agradável de Deus. Assim também no dom da vocação que é sempre uma surpresa de Deus e não nossa autoria ou construção. Desafia-nos, na humildade, a dar a Deus toda a glória e permanecer como simples servos sem procurar protagonismo ou centralidade. Desafia-nos a um compromisso com o quotidiano da vida de família, do trabalho, da solução das dificuldades, das decisões sábias e das atitudes corretas. Desafia-nos a um espírito constante de oração capaz de estar atento a Deus, mesmo quando dorme.   Desafia-nos à serenidade diante dos obstáculos e dificuldades porque apoiados em Jesus e Maria.

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