15 de janeiro de 2023 – 2º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Muita gente fala e acredita em fatalismo, no sentido de um forçoso acontecer das coisas na vida das pessoas, sem que a sua vontade e liberdade intervenham.

É verdade que o homem ainda não intervém, nem domina a maior parte dos fenómenos da natureza: a queda da chuva ou da neve; o frio e o calor; os tremores de terra e os vulcões; o começo da primavera das flores e no Outono da colheita de frutos.

 

  1. Um projecto de Amor

Criados por Amor. «Disse-me o Senhor: “Tu és o meu servo, Israel, por quem manifestarei a minha glória”.»

  • Deus faz tudo por Amor. Ele, como diz S. João Evangelista, é Amor. O chamamento de cada um de nós à vida foi uma escolha – eleição – de amor.

Quando damos um passeio ou vamos a uma feira, entusiasmamo-nos às vezes com um objecto, compramo-lo, mas depois nunca mais nos lembramos dele e fica inútil num recanto da casa. Com Deus, ao chamar-nos à vida, não é assim. Uma vez eleitos, escolhidos e preferidos, é para sempre.

Deus chamou-nos à vida para começar com cada um de nós uma amizade crescente, até à perfeita comunhão no Céu. Fê-lo porque nos ama infinitamente quer tornar-nos felizes eternamente no Céu.

Enquanto vivemos na terra havemos de ser um vislumbre da bondade, do Amor e da alegria de Deus.

  • Somos rostos de Deus no mundo. «A Deus jamais alguém O viu.» Mostrou-nos o Seu rosto em Jesus Cristo, nos 33 anos em que viveu connosco na terra, mas subiu aos céus.

Por isso, as pessoas não veem Deus neste mundo, como nos vemos uns aos outros. Hão-de conhecê-l’O e amá-l’O por meio de cada um de nós.

Não tem outro sentido a nossa vida na terra senão caminhar para a felicidade eterna com Deus. Mas acontece-nos como a criança que vai a um recado da sua mãe: vê, no caminho, um pássaro ou um brinquedo e distrai-se, esquecendo-se do que devia fazer.

Há muitas pessoas que não conhecemos, nem chegaremos a conhecer neste mundo; outras que, mesmo conhecidas, não despertam o nosso interesse e amizade.

Deus conhece a cada um de nós pelo nome, com a sua história, as aspirações, sonhos e fracassos. E ama-nos como somos. Mas, em virtude desse amor, deseja que cresçamos, que melhoremos.

 

  1. Um itinerário da vocação

Anunciar Cristo que passa. «Naquele tempo, João Baptista viu Jesus, que vinha ao seu encontro, e exclamou: «Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo

João proclama e aclama Jesus como o Messias esperado, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Foi esta a missão que Deus lhe confiou: chamar a atenção das pessoas para Cristo que vem ao seu encontro, as procura e as quer salvar.

Muitos ouvem falar de Cristo e pensam n’Ele como uma figura do passado, à semelhança de qualquer personagem histórico. Não sabem que Jesus Cristo é de ontem, de hoje e de sempre e que vive pelos séculos.

Passa continuamente em nossas vidas, desafiando-nos a segui-l’O pelos caminhos da felicidade e da alegria.

É preciso ajudá-los a proceder como os habitantes de Cafarnaúm: «Ao cair da tarde, já depois do sol-posto, trouxeram-Lhe todos os doentes e possessos e a cidade inteira ficou reunida diante da porta. Jesus curou muitas pessoas, que eram atormentadas por várias doenças, e expulsou muitos demónios. Mas não deixava que os demónios falassem, porque sabiam quem Ele era.» (S. Marcos 1, 27). Este mesmo facto aconteceu por diversas vezes na via pública de Jesus.

São muitos os que se cruzam com Ele na vida e não chegam a aperceber-se disso. Se muitas pessoas soubessem que Ele passa ao lado delas e poderia resolver facilmente os problemas que as atormenta!

Nós mesmos estamos muitas vezes perto d’Ele – especialmente na Santíssima Eucaristia   – e não nos apercebemos disto, de modo que não aproveitamos a ocasião deste encontro para lhe falar do que nos preocupa.

Necessitam pontualmente de tomar consciência desta proximidade os que estão desorientados, porque não encontram sentido para o sofrimento físico ou moral que os atormenta ou fere os seus.

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