Primeira igreja do Algarve dedicada a São Vicente, padroeiro principal da diocese

A dedicação da primeira igreja no Algarve a São Vicente, padroeiro principal da diocese, foi realizada no domingo pelo seu bispo D. Manuel Quintas.

O prelado presidiu na comunidade do Rogil, da paróquia de Aljezur, à celebração da bênção e dedicação da nova igreja, cuja construção ficou agora concluída.

O bispo diocesano manifestou a sua “alegria muito grande”, que assegurou ser também a de “todos os algarvios”, por a diocese ter agora uma igreja dedicada ao mártir diácono. “Hoje todo o Algarve esteve em comunhão com esta comunidade do Rogil”, afirmou D. Manuel Quintas, lembrando que a 14 de fevereiro próximo se celebram os 225 anos de autorização da Santa Sé ao pedido do então bispo D. Francisco Gomes do Avelar para que fosse São Vicente o padroeiro da Igreja algarvia.

Antes da bênção da água, que serviu para benzer a imagem do patrono e aspergir as paredes e o altar do novo templo, o prelado recebeu chaves do edifício das mãos do seu construtor. D. Manuel Quintas entregou-as, por sua vez, ao pároco.

Na homilia, após a bênção do ambão, o bispo do Algarve, que se deteve no testemunho da vida do padroeiro martirizado há 1.700 anos, lembrou que aquela igreja é “sinal do verdadeiro templo que é Cristo e das verdadeiras pedras vivas” que são os cristãos daquela comunidade. “Este espaço, estou certo, vai contribuir para construir aqui uma comunidade ainda mais viva, mais fraterna, mais missionária”, afirmou.

“Que bom que seria que nós, como diocese, aproveitássemos mais estes espaços como lugares de oração, contemplação e escuta da palavra, para sairmos com o coração transformado pelo amor e pela misericórdia de Deus”, acrescentou ainda no final da celebração, depois da bênção do sacrário, desejando que a aquela comunidade possa desfrutar do novo espaço de culto.

O pároco recordou ter encontrado o projeto já em andamento quando foi nomeado para aquela paróquia há quatro anos. “Quando cá cheguei este sonho não era meu. Começou, por força das circunstâncias, a desenhar-se, a desenvolver-se, passando também a ser sonhado por mim. Para mim é também motivo de júbilo e alegria fazer parte deste sonho”, afirmou o padre Nuno Coelho.

O sacerdote, que agradeceu ao bispo, aos antecessores, ao município, à Junta de Freguesia, ao construtor e a “todos os outros que prestaram algum tipo de serviço”, advertiu que “ainda há muito sonho para viver e por realizar, pois o sonho não está acabado”. “A colaboração de todos é essencial e é nesse sentido de comunhão e de comunidade que vos peço que não vos acomodeis, pois ainda há muito por fazer. Todos sois necessários. Não deixeis de sonhar, mas sobretudo não deixeis de viver a fé”, pediu, considerando que a comunidade do Rogil, “iluminada e protegida por São Vicente, há-de crescer e alicerçar sempre mais a sua fé”.

Também o presidente da Câmara de Aljezur considerou a construção da igreja “mais um passo de afirmação” daquela “comunidade dinâmica e com vontade de ir mais além”. “Enquanto presidente de Câmara é com muito orgulho que vejo nascer o novo templo. Tenho a certeza que será um local de encontro espiritual, de paz, de reflexão e, acima de tudo, de solidariedade e amor entre todos”, afirmou José Gonçalves, acrescentando que “a comunidade do Rogil agora tem uma responsabilidade acrescida”.

O autarca lembrou ainda ter sido o município a ceder em 2009 o terreno com cerca de 1360m2 para a igreja, bem como apoios para a sua construção. A igreja, cujo custo de construção deverá ascender a mais de 250.000 euros (mais IVA), foi apoiada pela autarquia em cerca de 55.000 euros para a construção e 15.000 euros para mobiliário. A este apoio juntou-se outro proveniente da Junta de Freguesia local e de uma empresa e de particulares no valor de cerca de 40.000 euros. A renúncia quaresmal da Diocese do Algarve do ano passado também reverterá para aquele fim, mas o valor ainda não está apurado.

O presidente da Junta de Freguesia também considerou a construção da igreja “um grande feito”. “Foram anos de muita luta para aqui chegarmos. Esta igreja era o sonho de muitos rogilenses. Este dia passa a ser um marco muito importante para a nossa freguesia”, afirmou Elieser Candeias.

A igreja do Rogil, em plena Costa Vicentina, era, de facto, um anseio antigo dos rogilenses e a sua construção teve início em 2012, com o lançamento da primeira pedra em maio daquele ano. Aquela comunidade começou por celebrar a eucaristia na casa de um particular, no armazém de um café, na escola primária e no pequeno salão da Junta de Freguesia ao longo de 20 anos. Desde outubro de 2011 deixaram de celebrar ali, passando para o edifício de um antigo minimercado, cedido gratuitamente pelo seu proprietário, para a celebração dominical.

Fonte:https://folhadodomingo.pt

Check Also

14 abril de 2024 – 3º Domingo da Páscoa -Ano B

“Testemunhando a fé no nome de Jesus ressuscitado”. Hoje, no terceiro Domingo da Páscoa, encontramos …

Sahifa Theme License is not validated, Go to the theme options page to validate the license, You need a single license for each domain name.