Portugal: Comissão Nacional Justiça e Paz manifesta preocupação com «espiral de vingança» entre EUA e Irão

Organismo católico alerta para consequências «catastróficas» de um agravamento do conflito

Lisboa, 09 jan 2020 (Ecclesia) – A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), organismo da Igreja Católica em Portugal, alertou hoje para as consequências “catastróficas” de um eventual agravamento do conflito EUA-Irão, pedindo o fim da “espiral de vingança”.

“Trata-se de uma espiral que supõe uma acumulação crescente de danos cada vez mais graves e que não terá fim enquanto se mantiver a mesma lógica da resposta ao mal com um mal ainda maior, em que predominam a desumanidade e também a irracionalidade”, refere a nota da CNJP, enviada à Agência ECCLESIA.

O documento sublinha que a escalada de violência acontece poucos dias depois da celebração do Dia Mundial da Paz, a 1 de janeiro, no qual o Papa “acentuava a necessidade de abandonar a espiral da vingança para construir um futuro de paz”.

“O mundo inteiro assiste hoje, no que se refere ao agravamento do já longo conflito entre os Estados Unidos e o Irão, a uma demonstração notória do que representa essa espiral de vingança com as suas desastrosas consequências”, pode ler-se.

O organismo de leigos católicos, ligado à Conferência Episcopal Portuguesa, denuncia o uso da “mais avançada tecnologia para a prática de mortes seletivas”, considerando que se está longe de qualquer “lógica de legítima defesa” ou de “exercício da justiça”.

“O respeito pela vida humana impõe-se mesmo perante quem seja responsável pela prática de outros crimes. Há que deixar claro que esta prática não pode apoiar-se nem na ética, nem no direito internacional”, indica a CNJP.


A irracionalidade que supõe a espiral da vingança leva a que neste conflito todos percam e que se retroceda no controlo da não proliferação do armamento nuclear, no combate ao terrorismo, ou na democratização do Médio Oriente”.

A nota evoca o sofrimento das “populações alheias ao conflito” e que têm sido, nos últimos anos, vítimas de “sucessivas guerras e violências”, com crescentes vagas de refugiados internos e externos.

“Muitos cidadãos do mundo inteiro, e também muitos comentadores, assistem a esta situação como se nada pudessem fazer para a modificar. Mas, pelo menos, podemos denunciar a lógica perversa da espiral da vingança, a sua imoralidade e a sua irracionalidade”, conclui a CNJP.

A tomada de posição acontece horas depois de o Papa Francisco ter alertado para os “sinais preocupantes” que chegam do Médio Oriente, por causa do conflito entre Washington e Teerão, pedindo contenção às duas partes.

OC

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