Padre Manuel Coelho celebrou 50 anos de sacerdócio

O padre Manuel de Almeida Coelho, de 78 anos, completou no passado sábado 50 de sacerdócio e a efeméride foi assinalada na eucaristia a que presidiu na igreja da paróquia de Alcantarilha, da qual é pároco desde 2003 juntamente com a paróquia vizinha de Pêra.

Na homilia, o aniversariante recuou ao dia da sua profissão de fé com mais de uma centena de crianças para lembrar as palavras do padre que presidiu à celebração. “Quem sabe Deus não escolherá algum de vós para ser padre. Olhem, a sorte calhou a mim. Graças a Deus, desses 110, fui eu o escolhido”, afirmou, considerando não ter sido pelos seus “méritos”, mas porque “Deus é grande”.

“Na minha vida não tive esses méritos de fazer coisas, mas Deus fez por mim”, acrescentou, lembrando os “feitos” nestes 50 anos e “tantas coisas boas” que passaram pela sua vida. “Tantos batismos que eu fiz, tantas comunhões, tantos crismas, tantos casamentos, tantos funerais, tantas reuniões”, destacou, acrescentando os “encontros, retiros, Cursos de Cristandade, catequeses”, bem como o trabalho com escuteiros e catequistas. “Ficaram no meu coração todas as pessoas dessas paróquias por onde eu passei”, completou o sacerdote que, antes de ir para Alcantarilha e Pêra, onde está há 15 anos, foi coadjutor da paróquia de São Bartolomeu de Messines (1 ano) e de São Sebastião de Loulé (10 anos) e pároco de Ferragudo e Estômbar (10 anos) e de Monchique (14 anos).

“Todos os dias rezo por todas as pessoas que passaram pela minha vida de sacerdote. Quero dar graças pelas pessoas que encontrei nestas paróquias todas”, acrescentou, garantindo que procura “estar presente na vida das pessoas” e que nunca se sentiu sozinho. “Foi uma bênção de Deus ter vindo para o Algarve”, considerou o padre Manuel Coelho, lembrando ter já trabalhado com cinco bispos.

Natural de Macieira de Cambra, concelho de Vale de Cambra, que pertence à Diocese do Porto, mas distrito de Aveiro, o padre Manuel Coelho frequentou o primeiro ano de Teologia no Seminário do Porto, mas interrompeu durante quase dois anos, tendo retomado os estudos no Seminário de São José, em Faro, que na altura eram feitos no Seminário dos Olivais, em Lisboa.

“Queria dizer-vos que não é muito fácil ser padre no tempo em que vivemos”, afirmou, realçando, no entanto, ter tomado a opção certa. “Não estou arrependido de há 50 anos ter dito «sim» ao Senhor. Nunca me arrependi”, garantiu, constatando que “o Algarve tem muita falta de sacerdotes”. “Nós estamos cansados. Não é desmotivados, é cansados”, precisou, assegurando que, enquanto Deus lhe “der saúde e vida”, continuará a servir a Igreja algarvia. “Refugio-me na oração. Confio muito a minha vida à Mãe do céu e à minha mãe que está no céu. Peço que continuem a rezar por mim que eu prometo que vou também continuar a rezar por vós”, pediu no final da homilia em que lembrou os seus familiares e amigos e a sua catequista.

No final da celebração em que foi presenteado por várias entidades coletivas e particulares, o aniversariante ouviu o padre Pedro Manuel, natural de Monchique, lembrar-lhe que “a melhor prenda é estar presente”. “Porque foi a melhor prenda que o senhor sempre nos ofereceu a todos, aos que tivemos possibilidade de passar pela sua vida”, justificou o sacerdote que, destacando as qualidades do aniversariante, lhe atribuiu ainda influência no facto de também ter optado pela vocação sacerdotal. “Quero chamar qualidade a uma que semeou no coração de muitos e que, provavelmente, me fez ser padre: a sua alegria”, afirmou.

O bispo do Algarve, que esteve presente no fim da eucaristia –, concelebrada por vários sacerdotes da Igreja algarvia e participada por muitos membros das paróquias por onde passou o aniversariante –, disse ser “gratificante celebrar 50 anos de serviço, de fidelidade, de dom, tendo presente alguém que viveu isso na primeira pessoa”. “Estamos profundamente agradecidos a Deus pelo dom que lhe concedeu e pelo modo como foi missionário em terras do Algarve”, afirmou D. Manuel Quintas, destacando o seu “modo peculiar de ser padre no meio do povo”. “Padre Coelho, muito obrigado pelo seu sacerdócio, pelo modo como viveu estes 50 anos”, agradeceu, considerando que “estas celebrações contribuem para crescer mais ainda mais no apreço pelo sacerdócio”.

O padre Manuel Coelho foi ordenado no dia 27 de julho de 1969 na Sé de Faro pelo então bispo do Algarve, D. Júlio Tavares Rebimbas, com mais quatro padres, três deles de fora da diocese. Dos cinco, para além do padre Manuel Coelho, resta o padre Fernando Pedro, pároco de Salir. Os restantes, um deixou de exercer o ministério – o padre Jeremias da Silva Baptista – e dois já faleceram – o cónego Firmino Dinis Ferro e o padre Hermínio das Neves Fernandes.

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