O DOM DA FÉ

A fé é um dom, uma graça. Podemos e devemos pedi-la. O Evangelho é constante apelo à fé, ao crescimento na adesão a Jesus é através d’Ele ao Pai. Viver da fé, assentar a sua Vida numa fé viva e inabalável, é difícil, exigente, por vezes heroico. Se algo é necessário pedir é a fé, sobretudo hoje em que tantos sucumbem às ciladas do maligno, em que tantos duma maneira diabólica nos querem arrastar para um ateísmo que nos vai penetrando aos poucos através de tantas falsidades, de tantas seduções, de tanto mundanismo.

No Evangelho encontramos vários elogios À fé, àqueles que crêem, que acreditam contra toda a esperança, que dão à sua vida uma radicalidade de fé no Senhor, na sua Palavra. A primeira a ser elogiada é Maria de Nazaré: «Bem-aventurada aquela que acreditou que teriam cumprimento as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor». (Lc 1,45). Maria é a mulher da fé, da fidelidade total e incondicional ao Senhor, à sua Palavra.

Depois d’Ela muitos outros. À cananeia Jesus elogia a fé e põe-na como modelo; acerca do centurião romano Jesus afirma: «Eu vos digo: Nem em Israel encontrei tão grande fé» (Lc 7,9).

Por outro lado encontramos muitas censuras, repreensões pela falta de fé n’Ele, na sua Palavra, na sua missão, na sua divindade. Os discípulos com medo da tempestade, acordaram o Senhor, para que os salve; mas Ele diz-lhes: «Porque temeis, homens de pouca fé?» (Mt. 8,26).

E Pedro, porque duvidou, e começou a afundar-se depois de ter caminhado sobre as águas, ouve do Senhor esta repreensão: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?» (Mt 14,,31).

A última bem-aventurança do Evangelho que nos é dirigida diz respeito à fé: «Felizes os que sem terem visto acreditarem». Crer com todas as forças de alma e de coração que Jesus é o enviado do Pai, o Senhor do impossível, a Palavra feita carne; crer que é Vida, Ressurreição, único Salvador; crer na sua presença connosco até ao fim dos tempos.

Feliz é aquele que tem certezas na sua petição porque acredita em Deus. E Deus nunca falha.