Igreja do Algarve abriu Ano da Vida Consagrada com apelo à construção de um “futuro belo e nobre”

O bispo do Algarve presidiu na  tarde de domingo  à celebração eucarística de abertura, na Igreja algarvia, do Ano da Vida Consagrada, proclamado pelo Papa Francisco.

Na homilia da eucaristia (áudio disponível abaixo) celebrada na Sé de Faro, D. Manuel Quintas exortou a Diocese do Algarve a iniciar este ano “de modo confiante”. Lembrando os três objetivos desta celebração – “fazer memória agradecida do passado”; “abraçar o futuro com esperança”; e “viver o presente com paixão” – o prelado desafiou os cristãos algarvios, e, sobretudo, os religiosos e consagrados, a olhar para o futuro com esperança e entusiasmo. “Temos também um futuro belo e nobre a construir”, exortou, o prelado que é também o delegado da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) para o diálogo com os Institutos de Vida Consagrada.

“Olhar para o passado com gratidão significa reconhecer a ação de Deus, reconhecer as nossas fragilidades e, sobretudo, assumir a necessidade de uma conversão sincera, de uma mudança de vida. Não é apenas para ficar extasiados, contemplando a história dos nossos institutos. Não devemos olhar apenas para o passado”, advertiu.

Citando a Nota Pastoral da CEP (ver vídeo abaixo) para o ano agora iniciado em toda a Igreja, D. Manuel Quintas apelou assim a olhar para a vida consagrada, “não apenas com a sua história, mas, acima de tudo, desfrutando da sua riqueza no presente”. “Sabemos que esta iniciativa se prende com a passagem dos 50 anos do Concílio [Vaticano II] e, de maneira particular, do decreto ‘Perfectae Caritatis’, um documento conciliar sobre a adequada renovação da vida religiosa. Portanto, [trata-se de] um anúncio feliz de um ano que nos vai possibilitar redescobrir a vocação e a missão da vida consagrada na Igreja, enriquecida pela diversidade de carismas e institutos ou associações, dom precioso do Espírito [Santo] e expressão da sua ação fecunda na Igreja ao serviço da realização da missão que Cristo lhe confiou”, completou.

O bispo diocesano, sublinhando cada instituto e congregação como “expressão desta riqueza com que o Espírito enriqueceu e continua a enriquecer a Igreja”, lembrou ainda a importância de “viver o presente com paixão”. “Paixão não é outra coisa senão deixar desabrochar, explodir, esses carismas que o Senhor nos concede, de maneira particular àqueles que distinguem e definem cada família da vida consagrada”, afirmou, exortando à “paixão por evangelizar, testemunhar, seguir Cristo e despertar o mundo”. “Como? Com o testemunho próprio, sobretudo, com o anúncio de Cristo e do evangelho. É esta atração e este contágio que deve falar ao mundo de hoje, partindo dos consagrados e consagradas”, complementou.

D. Manuel Quintas, que citou excertos da carta do Papa dirigida aos consagrados e divulgada na última sexta-feira, lembrou o apelo à alegria. “Os consagrados e a alegria deviam andar sempre juntos”, sustentou, acrescentando não se poder desligar a vida consagrada da profecia e que a “melhor forma” de os consagrados celebrarem este ano é vivendo a “fidelidade de cada dia”.

“Vamos procurar fazer deste um ano de ação de graças, em primeiro lugar, pelo dom da vida consagrada na Igreja e, concretamente, pelos consagrados que estão ao serviço, que vivem e testemunham o seu carisma na nossa Igreja diocesana. Vamos procurar fazer com que este ano desperte em nós uma adesão mais forte à pessoa de Cristo, a partir do nosso próprio batismo e da nossa própria vocação à santidade. Vamos procurar fazer com que este ano nos mobilize a todos, como nos pede o Papa, para sairmos de nós mesmos e sermos esta Igreja em saída e evangelizadores com Espírito [Santo], como nos pede na exortação A Alegria do Evangelho (Evangelii Gaudium)”, desejou o bispo do Algarve, lembrando a sua condição simultânea de consagrado por ser membro da congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (dehonianos): “aquilo que digo aos consagrados, estou a dizê-lo a mim mesmo”.

O bispo do Algarve regozijou-se pelos 19 institutos de vida consagrada presentes no Algarve, todos eles representados naquela celebração à exceção das Carmelitas Descalças por viverem em clausura e dos missionários claretianos que tiveram uma celebração numa das paróquias aos seus cuidados. Estes institutos são constituídos por 75 membros, dos quais 53 são irmãs, 16 são padres religiosos (que têm a seu cargo 23 paróquias na diocese, mais de um quarto do total das comunidades paroquiais) e seis são consagrados de vida secular.

“Queremos salientar a riqueza destes irmãos e irmãs que são para nós testemunho do seguimento de Cristo de maneira plena e radical, pela identificação e seguimento através dos conselhos evangélicos. A todos estes unimos outras novas formas de vida consagrada presentes na nossa diocese. Destacamos, de maneira particular, a Fraternidade da Mãe de Deus enquanto associação privada de fiéis com três membros”, acrescentou, lembrando que “o seu testemunho está para além deste serviço paroquial mas é significativo também em relação a estes números” e lamentando as sete comunidades femininas que encerraram na última década.

A eucaristia contou ainda, após a comunhão, com o visionamento de um pequeno filme preparado para o Ano da Vida Consagrada

Fonte: Jornal Folha do Domingo

Autor: Samuel Mendonça

 

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