A “identidade da família”, na perspetiva da criação e redenção, foi bem caraterizada pelo Vaticano II (na G. et S. nº 48): deve ser uma “íntima comunidade de vida e de amor”. E o Reino de Deus gira à volta do mesmo. Foi Cristo que resumiu o respetivo projeto e intervenção neste mundo: “Vim para que tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Isto é o fim, tudo o resto tem a caraterística de meios, embora com diferente significado. Assim, a qualidade do Mundo e da Igreja, depende da verdade das famílias, – comunidades de vida e de amor – em expansão quantitativa e afinação qualitativa, enquanto deve viver, comunicar e testemunhar o amor de Deus Criador e Redentor.
O valor fundamental é o amor que liga e cimenta a comunidade de pessoas com funções diversas: esposos, na respetiva de complementaridade masculina e feminina; pais, comunicadores do ser e estimuladores da liberdade e da personalidade dos filhos; irmãos que exercem a “fratria” (união) recíproca, além da complementaridade dos outros ascendentes e descendentes (cf. F.C. nº 48). Todas as pessoas precisam de ser reconhecidas, estimadas e estimuladas para serem elas mesmas, diferentes e complementares. Por aturada experiência, esta dinâmica só é possível na vida familiar integrada: a comunidade conjugal em busca da permanente conjugação adequada a cada fase da vida, continuando na educação aberta e responsável dos filhos, atenta aos outros familiares e ao meio ambiente eclesial e sócio-político.
Fonte: Revista Rosário de Maria
Ano 71| nº 748| junho de 2015
Autor: Fr. Bernardo Domingues, op