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O que sobressai na liturgia deste domingo é a importância da confiança em Deus. Somos convidados por Deus a colocar os nossos medos no altar da eucaristia. A paz de espírito pode faltar, o desânimo é um perigo, o nosso comportamento, por vezes, também «mete água». Como os apóstolos, digamos: salvai-me Senhor!
DEUS REVELA-SE EM CRISTO
Deus revelou-se a Job aflito com o mar, como o Senhor do mar, capaz de o dominar. No evangelho de hoje, Cristo dominou a tempestade e quis passar à outra margem do lago, para indicar que, apesar das dificuldades e das diferenças de raças e de culturas, é necessário que se estenda o reino de Deus a toda a terra.
O Senhor também encontrou muitas oposições. Sofreu e morreu. No meio da dor, chamou pelo Pai e disse: dei-vos o exemplo… fez assim, para que nós sejamos felizes, mesmo no meio do sofrimento.
Ele quer a nossa adesão, porque a união com Cristo, pela graça, faz-nos novas criaturas.
São Paulo experimentou e então pôde exclamar que só lhe interessava viver no amor de Cristo. Custa muito a vida, mas o evangelho é um apelo à confiança de Deus.
LEVARAM JESUS CONSIGO…NO BARCO
Fica bem e traz proveito, convidar Deus para nos acompanhar em qualquer atividade ou viagem. Os agricultores do norte recordam o bom costume de se benzerem antes das lavradas ou das sementeiras, bem como as mulheres antes das segadas. Alguns ainda o fazem. Alguns motoristas e acompanhantes benzem-se ao iniciarem uma viagem.
Perdeu-se este hábito em muitos casos, infelizmente e assim se perderam também as bênçãos de Deus.
Porque Jesus ia no barco, com os discípulos, não houve naufrágio. O barco indica a igreja católica sempre batida pelas perseguições mas nunca vencida. Diz o evangelho que Jesus dormia. Deus não dorme; está atento às necessidades do homem, parece dormir, quando não somos atendidos como queremos e tão depressa como desejamos. Quem dorme e tem de ser despertado, da apatia e indiferença religiosa, é o homem.
Sempre que nos voltamos para Deus com fé, somos atendidos, embora, por vezes, seja posta à prova a nossa fé. Ele quer que insistamos com Ele, como os apóstolos: salva-nos Senhor!
LEVANTOU-SE … UMA GRANDE TORMENTA
A tormenta de que fala o evangelista pode significar todos os males que nos ameaçam. Há dificuldades, desânimos, tentações de várias ordens, muita agitação na nossa vida, provocada por nós e pelos outros. Ele quer defender-nos, mas exige que chamemos por Ele. Se Cristo fosse sempre no barco da nossa vida, não haveria tantas desilusões e fracassos.
SENHOR, NÃO TE IMPORTAS…
Os apóstolos bem sucedidos na tempestade, porque rezaram. Jesus ia com eles, mas só acalmou a fúria do mar quando chamaram por Ele.
Deus quer atuar no homem mas respeita a liberdade humana. Não se impõe. Daqui se deduz a importância da oração que o Senhor tanto fez e recomendou.
PORQUE TEMAIS?
Há medos que devem desaparecer e o Senhor quer tirá-los. Só podemos ficar com o medo de ofender a Deus. Reina o medo no coração de muitos, porque não há fé bastante. No meio das privações, Job foi consolado, porque vivia da fé.
Não tenhamos medo das «tempestades», se vivermos no amor de Deus. Não tenhamos medo das cruzes da nossa vida, porque agora podemos fixar-nos na cruz de Cristo donde nos vem o alento.
Não temamos a morte, a outra margem da vida. Do outro lado está a mesa posta para os convidados, e esses somos nós.
HOUVE GRANDE BONANÇA
Porque foi invocado o nome do Mestre, houve grande bonança.
Deus sabia da tormenta. Para resolver o problema, só faltava o clamor dos discípulos. O Senhor tem muito para dar e quer resolver muitos problemas mas exige a nossa colaboração. Na caminhada da vida, tecida de dificuldades, o que nos sustenta é a força de Deus.
Tempestades e provações não faltarão, porque Ele já nos preveniu.
O que importa é ir com Ele na barca, seguindo o caminho que nos traçou.
