GESTOS NOS QUAIS JESUS CRISTO SE DÁ

Cristo inventou alguns gestos, alguns sinais, nos quais passa muito subtilmente para assim continuar a oferecer-se ao Pai a nós e ao mundo. São os sacramentos, genericamente, e em especial a Eucaristia.

Também nós, inventamos gestos, criamos sinais para transmitir aos outros o que há de melhor em nós. O aperto de mão exprime a nossa amizade; o beijo manifesta o nosso amor. Todos nós temos visto os pares que se despedem nas estações de comboios. Lá estão os namorados um junto do outro comendo-se com os olhos. Quando se ouve o toque de partida, lançam-se então nos braços um do outro e beijam-se longamente. Conheceis o belo esplêndido significado deste gesto. Ele quer dizer: não me conformo com a separação; quero ficar contigo e que tu fiques comigo. E é por isso que tento, agora, esta comunhão, que se prolongará na expressão deste gesto.

O que acontece, porém, é que, como sabemos, nós não nos damos em totalidade nos nossos gestos, nos sinais que os exprimem. Irá a nossa amizade, verdadeira e total, nos apertos de mão? E os apaixonados darão todo o seu amor em cada um dos beijos com que se aproximam? O sinal é, às vezes, contra-sinal, se esvaziado do seu conteúdo.

Cristo, porém, dá-se-nos todo nos sinais e gestos que institui para ficar connosco. De certo modo Jesus garantiu-nos: sempre que vos reunis em comunidade, em Igreja, com um de vós, escolhido e consagrado para repetir as minhas palavras e repetir os meus gestos, a repartir o pão e o vinho… eu vos prometo que estou presente, uma presença real, com o meu corpo, o meu coração, todo o meu ser, dando-me em alimento para vos dar a vida.