Conselho da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve foi reativado para ajudar a dinamizar o trabalho com jovens

O Conselho da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve foi reativado no passado sábado, depois de alguns anos sem se reunir.

Tendo sido criado em 2008 para responder a uma necessidade cada vez mais sentida no trabalho com a juventude da diocese algarvia, mas também a uma resposta dos bispos portugueses manifestada no documento “Bases para a Pastoral Juvenil” de 2002, aquele órgão consultivo, composto por todos os que trabalham com jovens, reuniu-se a 15 de novembro de 2008, a 27 de junho e a 10 de outubro do ano seguinte.

O Conselho Diocesano da Pastoral Juvenil (CDPJ), que já tinha sido anunciado para maio deste ano, reuniu agora com os representantes do Setor da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve, do Corpo Nacional de Escutas, concretamente o secretário regional pedagógico para a IV secção (Caminheiros e Companheiros – escuteiros dos 18 aos 22 anos, respetivamente dos ramos terrestre e marítimo), do Centro Diocesano de Acólitos e do Movimento dos Convívios Fraternos. Juntou-se também à reunião, que teve lugar nas instalações do Seminário de São José, em Faro, a responsável pelo Setor da Catequese da Infância e Adolescência da Diocese do Algarve.

Ao Folha do Domingo, o assistente do Setor Diocesano da Pastoral Juvenil explicou que a reativação daquele órgão consultivo para a pastoral da juventude ocorreu na sequência do trabalho de articulação entre os diversos organismos e movimentos que têm como destinatários da sua ação pastoral jovens com idade superior a 16 anos. Esse trabalho, que tem vindo a ser feito nos últimos anos, resultou, por exemplo, na elaboração de calendários de atividades em conjunto.

Por outro lado, o padre Nelson Rodrigues destaca que o CDPJ pretende ir ao encontro da metodologia do papa Francisco, ajudando a “perceber a realidade concreta” antes da tomada de decisões. “O que pretendemos é que a diocese, na sua estrutura máxima – o senhor bispo e os seus conselheiros mais próximos –, tenham uma ajuda da nossa parte para as suas reflexões. Já que o Programa Pastoral dá um destaque à juventude que essa reflexão não se faça à margem dos jovens, mas que tenha presente um contributo nosso”, refere.

Neste sentido, o sacerdote lembra que esse foi o objetivo do inquérito levado a cabo no último verão e que obteve 280 respostas. “Estamos a tratar os dados do inquérito e os temas que foram trazidos aqui para este Conselho Diocesano foram precisamente alguns que abordámos no inquérito”, conta, acrescentando que, pese embora as conclusões decorrentes do questionário ainda não estejam todas apuradas, já é possível identificar algumas. “O objetivo do Conselho é estudarmos a nossa diocese concreta e, mais do que a diocese, o inquérito procurou estudar a região”, sustentou.

Aquele responsável adianta então que a reunião do CDPJ irá resultar na elaboração de alguns “documentos de reflexão” para os jovens, para além de serem um “contributo para os que têm a responsabilidade de programar a ação pastoral diocesana”.

Ao Folha do Domingo, o padre Nelson Rodrigues explicou que da reunião saíram já algumas propostas concretas para o trabalho dos próprios conselheiros, nomeadamente a sugestão de haver no encerramento dos Convívios Fraternos um “momento introdutório” com os familiares para os sensibilizar para a tarefa de acompanhar os novos convivas na fase pós-convívio, bem como a necessidade de “dotar as atividades diocesanas de uma maior espiritualidade”. “Ou a relação com Jesus Cristo é alimentada e aprofundada na oração ou então acaba por haver um desânimo e uma frustração na relação do jovem com Deus e para com a Igreja”, alerta o sacerdote, realçando a importância de “momentos fortes de oração” ou de adoração eucarística. “Deveria ser um esforço dos animadores e dos párocos cultivarem esses momentos de aprofundamento da fé”, acrescenta.

Da reunião saiu também a proposta de que a Jornada Diocesana da Juventude passe a ser apenas aberta à participação de adolescentes durante a celebração da eucaristia. “Os jovens não se revêem numa atividade diocesana com a participação de adolescentes. A presença dos adolescentes denuncia aos jovens mais adultos que esta atividade já não é para eles. Queremos combater isso, fazendo as coisas como elas deveriam ser”, refere o assistente do SDPJ, considerando que os destinatários das Jornadas Mundiais da Juventude – “jovens já maduros” – deveriam ser os mesmos nas Jornadas Diocesanas da Juventude.

Neste sentido, o CPDJ apelou ao Setor da Catequese da Infância e Adolescência da Diocese do Algarve que promova atividades para aquela faixa etária. “Esta proposta que apresentámos é uma forma de contornar, ou seja, aceitar os adolescentes na Jornada Diocesana, mas haver um programa paralelo como se faz noutras dioceses com umas pré-jornadas”, observou.

O CPDJ propôs ainda a criação de um “clã universitário” para que todos os Caminheiros e Companheiros que deixam as suas terras e os seus agrupamentos não interrompam a sua formação escutista apesar de estarem a viver noutra terra. “Há universidades, e até Seminários Maiores (com clãs só de seminaristas), que têm clãs universitários. É importante garantirmos que o escuteiro termine a sua formação neste percurso escutista. Esta era uma forma de garantirmos isso”, sublinhou o padre Nelson Rodrigues, explicando que o CPDJ identificou a necessidade de dinamizar a pastoral universitária de forma mais abrangente.

“Temos a sorte de ter vários pólos universitários e não os estamos a aproveitar para a evangelização”, lamenta, considerando que “não se está a fazer uma verdadeira pastoral universitária”. O assistente do SDPJ considera “uma vitória constante a permanência de um capelão numa universidade pública”, mas diz que a ação naquele setor não pode ficar resumido às catequeses preparatórias para a bênção das pastas e à própria celebração da bênção. “Vemos que se poderia fazer muito mais. A Pastoral da Juventude está até na disposição de dinamizar junto dos alunos algumas ações e de promover um grupo de estudantes universitários”, garantiu.

A próxima reunião do CPDJ ficou agendada para 15 de dezembro deste ano, em Silves, e em cima da mesa ficou a possibilidade de alargar aquele órgão a outros organismos e movimentos com expressão na juventude como a Pastoral da Família da diocese algarvia, o Movimento dos Focolares, a espiritualidade de Taizé ou os jovens ligados às Missionárias da Caridade (irmãs Teresa de Calcutá).

 

 

Fonte: https://folhadodomingo.pt

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