9 de abril de 2020- Quinta-Feira Santa – Missa da Ceia do Senhor

Estamos chegados à grande Festa da Liturgia: a celebração do grande mistério da Redenção (centro de toda a vida cristã) no seu triplo aspecto: Paixão, Morte e Ressurreição.

É o Tríduo Pascal que hoje começa e terminará no Domingo de Páscoa, com a celebração da gloriosa Ressurreição de Jesus. Hoje celebramos a instituição da Eucaristia, o Sacramento da Ordem e o Mandamento do Amor.

A segunda leitura e o Evangelho deste dia completam-se. Ambos se referem à Última Ceia, em que Jesus, reunido com os Apóstolos, institui a Eucaristia e o sacramento da Ordem.

São Paulo, na carta aos Coríntios, conta como Jesus, tomando o pão e abençoando-o disse: «Isto é o Meu Corpo» e tomando o cálice: «Isto é o Meu Sangue».

Com estas palavras, o Senhor comunica-nos o grande Mistério da Eucaristia. Deus o Senhor omnipotente, criador do Universo, esconde-Se sob a aparência humilde de um pouco de pão e de um pouco de vinho, para poder unir-Se totalmente a nós, comunica-nos a Sua graça, de modo a tornar-nos participantes da Sua vida divina. Depois, Jesus ordena aos apóstolos: «Fazei isto em memória de Mim». Neste momento, Ele dá aos Apóstolos o poder de transformar o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Nosso Senhor. Torna-os sacerdotes. Eles próprios transmitirão aos seus sucessores este poder que receberam diretamente de Cristo. É o sacramento da Ordem. Por este sacramento, os Apóstolos imbuídos da autoridade do próprio Deus, ordenaram padres e sagraram bispos , que, por sua vez, ordenaram outros padres, que, numa cadeia ininterrupta através dos séculos, têm mantido Cristo presente no meio dos homens; não só tornando possível a Sua presença real na Hóstia consagrada, mas ainda pela palavra, transmitindo-nos a Sua mensagem, e pela administração dos sacramentos, que nos dão a graça necessária para responder a essa mensagem.

No Evangelho que acabamos de ler, São João conta-nos como Jesus, nessa Quinta-Feira Santa, lavou os pés aos discípulos. Ele o Senhor de todas as coisas, ajoelha-Se aos pés das Suas criaturas, para nos dar o exemplo da humildade que Ele pregou durante toda a Sua vida entre os homens. Ao longo de toda a mensagem evangélica perpassa este insistente convite à humildade. Jesus bem sabia como o coração do homem é propenso à vaidade, à soberba, ao enaltecimento de si próprio, e como estes sentimentos nos afastam de Deus e dos nossos irmãos. Por isso, Ele nos incita constantemente a que sejamos humildes, a que nos punhamos ao serviço dos outros. E não só com as palavras mas também com o exemplo: «Assim como Eu fiz, fazei vós também». Com a Sua solicitude, Ele ensina-nos continuamente, pela palavra e pelo exemplo, o caminho que nos leva até Ele. E como sabe que somos fracos e que sozinhos nada conseguimos, ficou entre nós na Hóstia consagrada, para nos dar a força necessária para O seguirmos.

O Senhor nunca nos abandona. Somos nós que muitas vezes o abandonamos. Ele, como diz o Apóstolo, amou-nos até ao fim!

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