8 de março de 2015- 3º Domingo da Quaresma Ano B

Neste Domingo da Quaresma, o tema central da Palavra de Deus é o cumprimento da lei divina e a rejeição do templo de Jerusalém, para surgir o «novo templo» que é Cristo e a comunidade dos cristãos. O novo templo somos nós, o atual povo de Deus, que tem Cristo como cabeça. O Corpo Místico de Cristo precisa de constante purificação.

Varrendo os vendilhões do templo, Jesus declara que chegou o reino do Messias e neste reino, no culto prestado ao Pai, não se deve misturar religião e interesses económicos.

 

A lei de Deus é sempre atual

Não precisamos de criar novos princípios para estarmos atualizados.

Não receemos perder «adeptos» porque lhes apresentamos um estilo de vida demasiado exigente. Apresentar a lei de Deus como prova de amor de Deus para com o homem. Que se veja em cada Mandamento uma norma que ajuda o homem a realizar-se e não algo que o escraviza, o priva da liberdade. Sem a lei de Deus, o homem fica entregue aos seus caprichos e será vítima dos caprichos dos outros.

 

Com a ajuda de Deus somos capazes de tudo

A atitude de Abraão é para nós um exemplo único.

Abraão não discute as ordens de Deus. Abraão não pede esclarecimentos. Basta-lhe o mandato de Deus.

Donde brota esta sua disponibilidade?

Da vida de união com Deus. Abraão tinha familiaridade com Deus. Se queremos imitar a sua generosidade, tratemos do nosso enriquecimento interior. Como vão os nossos tempos de oração? Primeiro é necessário que existam. Temos sido fiéis aos tempos de oração mental? Fazemos leitura espiritual? Dedicamos tempo ao estudo do Catecismo da Igreja Católica ou do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica? Programamos e vivemos com seriedade o nosso retiro anual. Como fazemos a nossa oração da manhã e da noite? Como vai o exame de consciência e a confissão frequente? Transformamos o trabalho em tempo de oração e santificação? O nosso trabalho é o melhor sacrifício e mortificação para o tempo quaresmal? A participação na Eucaristia é o momento alto da nossa vida de Cristãos? Como a preparamos, a vivemos, damos graças e a levamos para a vida? Os outros palpam que somos cristãos que mergulham na Eucaristia? Sem este pano de fundo, Deus não pode contar connosco à semelhança de Abraão. A nossa disponibilidade frente aos apelos de Deus será quase nula.

O nosso trabalho apostólico não passa de activismo que leva a um desgaste quase estéril!!!

E ainda há tempo de qualidade para a família, a vida social, a actualização e a prática de desporto? O que já dissemos é que garante o tempo de qualidade para todas as coisas. Um bom programa de vida interior, de trato com Deus, garante a hierarquia de valores, a ordem e rentabilidade do tempo.

 

  1. As lições da Transfiguração de Cristo.

Preparemos nestas palavras de S. Leão Magno (DL 54, 310-311.313) (Século V):

«O Senhor manifesta a sua glória na presença de testemunhas escolhidas, e de tal modo faz resplandecer o seu corpo, semelhante ao de todos os homens, que o seu rosto se torna brilhante como o sol, e as suas vestes brancas como a neve.

A principal finalidade desta transfiguração era fazer desaparecer do coração dos discípulos o escândalo da cruz, para que a humilhação da paixão, voluntariamente suportada, não perturbasse a fé daqueles a quem tinha sido revelada a excelência da dignidade oculta de Cristo».

Por outras palavras: a Transfiguração de Cristo confirmaria Pedro, Tiago e João na fé em Cristo como verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que nem a sua paixão, nem a sua morte na cruz, a iriam abalar. Cristo ressuscitado mostraria o seu triunfo sobre o pecado e sobre a morte.

Mas não devemos fixar-nos apenas na Transfiguração de Cristo. Ela é acompanhada de factos deslumbrantes:

  • Presença de Moisés e Elias que falavam com Cristo;
  • Pedro que pede para ficar ali;
  • A nuvem que os cobre com a sua sombra (símbolo do Espírito Santo);
  • A voz do Pai que diz: «Este é o meu Filho muito amado, escutai-O».
  • Cristo que recomenda o silêncio aos três Apóstolos: «enquanto o Filho do homem não ressuscitasse dos mortos».
  • Pedro, Tiago e João que nada percebem do que se passou e nem sabem o que significa ressuscitar dos mortos.

O mais extraordinário de tudo isto é que Cristo entregue a pessoas tão simples o continuar de Sua missão! E ainda mais sublime é que hoje sejamos nós os encarregados de a continuar!

Ofereçamo-nos ao Pai como vítimas, desejando, se essa é a vontade de Deus, chegar à imolação, tal como Jesus Cristo.

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