8 de dezembro de 2023 – Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria – Ano B

A Igreja celebra hoje a Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, em pleno coração do Advento.

A Mãe de Jesus, na sua Conceição Imaculada, é modelo de todo o cristão que deseja preparar-se convenientemente para o nascimento do Redentor.

Maria aparece na história da Salvação como o sinal que anuncia a vinda de Cristo com todas as bênçãos do Pai, à semelhança da aurora que anuncia o nascer do sol.

 

1. Maria Imaculada, sinal de bênção

A leitura do Livro do Génesis conta-nos a história do pecado dos nossos primeiros pais, as suas consequências trágicas e a promessa do Redentor.

A tristeza do pecado. Terminou em sombras de tristeza e luto o dia em que Adão e Eva desobedeceram ao Senhor.

De repente, viram-se despojados da riqueza sobrenatural que os envolvia: a graça santificante que os tornava filhos de Deus e herdeiros da bem-aventurança eterna e ainda os dons gratuitos que o Senhor lhes concedera: a imortalidade e a harmonia das paixões, inteiramente submetidas à razão e à graça.

Também a morte começou a tornar-se a porta única para cada ser humano poder e entrar no Céu. A partir de então, não há outra.

A promessa de que se sentiriam felizes como Deus logo foi desmentida pela rebelião irracional das paixões.

Nem sequer aquele paraíso terreal puderam usufruir, porque foram imediatamente expulsos dele.

A alegria da misericórdia. Mais do que como Juiz Supremo, o Pai aparece no Génesis como o Senhor da misericórdia.

Começa por uma avaliação do que tinha passado, começando por Adão e terminando por traçar um plano de Salvação.

Adão tem medo de Deus. É este o primeiro fruto do pecado. O único remédio eficaz contra este medo é restaurar no homem a filiação divina.

A sua nudez trágica deve ser remediada com a nova veste da graça santificante.

O demónio, fonte de todo o mal não tem a última palavra na história dos homens. A última palavra pertence a Deus e Ele dá-no-la em Maria Imaculada.

Maria, sinal da bênção de Deus. O Senhor declara uma guerra irreconciliável entre a serpente e uma Mulher anunciada nesta profecia.

Esta mulher não pode ser Eva, porque a mãe da humanidade tornou-se amiga da serpente – do demónio – ao fazer-lhe a vontade, transgredindo as ordens de Deus.

Maria não estará submetida à vontade do demónio um instante sequer. Esta inimizade será perpétua. Ele será Imaculada desde o primeiro instante da sua existência.

«Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Esta te esmagará a cabeça e tu a atingirás no calcanhar».

A descendência da serpente são todos os demónios e os que escolhem uma vida diabólica, pela entrega ao pecado.

A descendência da Mulher é Jesus Cristo, o Redentor dos homens, e todos os que se Lhe unem pelo Batismo e permanecem a seu lado em graça.

Para todos nós, desta profecia do Génesis sobre a imaculada Conceição, fica-nos uma certeza, proclamada pelo Papa Francisco em Fátima: “Temos Mãe!”

Tudo isto foi escrito por inspiração do Espírito Santo para que, como nos diz S. Paulo, «para nossa instrução, a fim de que, pela paciência e consolação que vêm das Escrituras, tenhamos esperança

Temos, pois, razão para cantar com alegria: Cantai ao Senhor um cântico novo: o Senhor fez maravilhas

 

2. Maria, caminho da fidelidade ao Senhor

 

Maria foi eleita, desde toda a eternidade, para ser a Mãe do Filho de Deus que Se fez Homem, sem deixar de ser Deus, para nos salvar. Foi esta eleição divina que atraiu sobre Ela todos os dons extraordinários concedidos pelo Senhor: a Imaculada Conceição, A Virgindade perpétua, uma vida fidelíssima à vontade do Altíssimo a Assunção gloriosa, Mãe de todos os filhos de Deus e da igreja, Corredentora da humanidade e Rainha do Universo.

Quando chegou a hora da Redenção, o Senhor mandou o Arcanjo Gabriel fazer a proposta da maternidade divina à Virgem de Nazaré, para que Ela acolhesse voluntariamente o projeto de Deus.

Encontramo-nos perante um acontecimento histórico. S. Lucas tem o cuidado de apresentar todos os elementos de identificação da cena: «o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um homem chamado José. O nome da Virgem era Maria

Ave, Imaculada Conceição. Depois de o Evangelista nos ter dito que a Virgem se chamava Maria, vemos que o Arcanjo a trata por outro nome: Cheia de Graça.

Começa por lhe lembrar que a sua Imaculada Conceição lhe foi concedida em atenção a ter sido eleita para Mãe do Redentor do mundo. Maria chama-se Cheia de Graça porque, desde o primeiro instante da sua vida, nunca esteve privada da graça santificante, da participação na vida divina.

A profecia do Génesis apresentava-A como inimiga perpétua e irreconciliável do demónio. Nunca a sua vontade santíssima esteve de acordo, um só estante, com a vontade da Serpente. «Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Esta te esmagará a cabeça e tu a atingirás no calcanhar».

O Beato Pio IX definiu a Imaculada verdade de fé. O Espírito Santo iluminou a Igreja para ver nestas palavras do Livro do Génesis e nas do Evangelho de S. Lucas a revelação feita por deus da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria.

O Papa Beato Pio IX, em 8 de dezembro de 1854, definiu, por estes termos o dogma da Imaculada Conceição: «A doutrina que sustenta que a Beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus omnipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus, e por isto deve ser crida firme e inviolavelmente por todos os fiéis.»

A Imaculada, Mãe de Deus. Depois de ter lembrado à humilde Virgem de Nazaré que Ela fora preservada de toda a mancha original porque tinha sido eleita par Mãe do Redentor, o Arcanjo Gabriel transmite-lhe com angelical fidelidade a mensagem Divina. E um puro dom, fruto da liberalidade infinita do Senhor, a escolha de Maria.

«Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David; reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim».

O que o Arcanjo lhe propõe em nome de Deus é claro: conceber e dar à luz é próprio da missão da mãe. Deus escolheu-A para Mãe do Redentor do mundo.

Maria Imaculada, a Virgem fiel ao Senhor. Maria, que era inocente, mas não ingénua, sabia muito bem os passos que uma mulher deve dar para ser mãe. Ora Ele fizera com Deus uma Aliança de Virgindade perpétua e conquistara o seu noivo José para esta causa.

Pelos caminhos normais, em qualquer mulher, a virgindade e a maternidade são incompatíveis. Por isso pergunta a S. Gabriel: «Como será isto, se eu não conheço homem?».

A sua intervenção não pretende discutir com Deus as condições da Sua entrega, mas apenas saber o que deus quer dela: Virgem ou Mãe?

E o Arcanjo Gabriel, com um sorriso, esclarece a sua dúvida: deus quer as duas coisas. Será Mãe sempre Virgem.

«O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus».

Maria entrega-se sem condições à vontade de Deus. Imediatamente logo que toma conhecimento de qual é a vontade de Deus, Maria faz a sua entrega incondicional ao Senhor. Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».

Não temos outro caminho para a felicidade eterna, seguindo a Virgem Imaculada, a não ser abraçar com toda a generosidade a vontade de deus na nossa vida.

A partir deste sim de Maria, tudo se torna possível no mundo. Por obra da sua generosidade, temos agora a possibilidade de participar nesta Eucaristia com a alma em festa e receber o Corpo e Sangue de Jesus na Eucaristia.

O seu Coração Imaculado foi o jardim onde o Pai semeou o trigo loiro com o qual Se fez o manjar Divino da Eucaristia que vamos comungar.

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