7 de outubro – Nossa Senhora do Rosário

A memória litúrgica de Nossa Senhora do Rosário celebra um título de Maria e uma devoção tradicional em sua honra.

Mas evoca também uma graça alcança por sua intercessão para a Europa e para a Igreja, na batalha de Lepanto.

Anima-nos a desterrar as cinzas da má rotina – e até um certo descrédito intencionalmente propagado – que se abatem sobre a devoção do Terço, convidando-nos a rezá-lo bem muitas vezes.

Permanecer com Maria em oração

Não há receitas mágicas no cristianismo, de modo que tudo se resolvesse sem esforço da nossa parte. Isto vale também para o Terço.

Quando a Igreja, pela voz dos seus Pastores, promete graças preciosas a quem cultivar esta devoção, faz-nos lembrar a oração de Jesus: Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do Céu e da terra, porque escondestes estas coisas aos sábios e poderosos e revelaste-as aos humildes. Para compreendermos a grandeza do Terço é necessário possuir um coração de criança.

Conserva-se uma recordação curiosa da última guerra civil espanhola. Trata-se de uma dessas placas de folha flandres, para suspender ao pescoço, sobre o peito, com um cordel, ostentando um número impessoal a que são reduzidos os soldados na frente de batalha.

Esse cordel, porém, reserva-nos uma surpresa: ostenta dez nós, cuja finalidade se adivinha: aquele soldado desconhecido ocupava as dolorosas horas de vigília rezando Ave-Marias contabilizadas naqueles nós. De cada vez que percorria todo este itinerário, tinha rezado um mistério do Terço. Até ali chegara esta devoção a Nossa Senhora.

Oração para todos

O terço é uma oração de todas as horas, idades, ocupações culturais e categorias sociais. Cada pessoa vai buscar ao Terço aquilo de que precisa: agradecer um favor recebido, implorar uma graça, ou simplesmente alimentar uma conversa filial com Maria.

Com Maria, no Cenáculo

Depois da Ascensão de Jesus, os Onze, com as santas mulheres e com Maria, entraram no Cenáculo. Todos estes se entregavam assiduamente à oração, numa só alma.

Itinerário de Fé

Rezar o Terço é percorrer em contemplação a nossa história divina, seguindo os passos de Jesus resumidos nos quinze mistérios.

Com este percurso em que somos conduzidos pela mão maternal de Maria, aviva-se a nossa fé nas verdades fundamentais; anima-se a esperança, ao contemplar a meta dos nossos passos; e ficamos mais enamorados de Deus e de Maria Santíssima, depois de termos feito oração, durante um quarto de hora.

Por isso, pergunta um homem de Deus dos nossos dias: «Queres amar a Virgem? Conversa com Ela! Como? Rezando bem o Rosário!».

Talvez por isso, Nossa Senhora recomendou esta prática tradicional de piedade mariana em todas as seis aparições de Fátima e apontou como frutos principais a conversão dos pecadores e o fim da guerra que então afligia a Europa.

Como rezar bem o Terço

No Terço, repetimos cinquenta vezes a saudação do Arcanjo a Nossa Senhora na Anunciação, e acrescentamos-lhe as palavras de Isabel – bendita sois vós entre as mulheres – e terminamos com uma prece da Igreja ao rezar a Santa Maria.

Ao pensarmos nesta devoção, somos levados a pensar na rotina que tantas vezes nos aflige. Como vencê-las?

  • Meditar, na oração pessoal. As palavras que pronunciamos e os mistérios que nos propomos meditar para que, no momento devido nos possamos entregar à contemplação.
  • Podemos também fazer um esforço para acompanhar com atenção o sentido de cada palavra que vamos dizendo, sublinhando no nosso interior esta ou aquela.
  • Pode ainda ajudar-nos a pedir uma graça em cada mistério e tê-la especialmente presente em cada dezena.
  • Pequenas ajudas que podem facilitar a nossa atenção: rezá-lo se possível, diante de um quadro ou imagem de Nossa Senhora.

O Terço é uma serenata de enamorados. E quando o jovem se encontra a cantar em honra da sua dama – atormentado pelo desconforto da noite – é possível que muitas vezes se distraia, esquecendo, por momentos, a razão que o mantém ali. Mas a sua presença, apesar de tudo, continua a ser uma afirmação de amor.

Tinha razão aquele jovem que exclamava entusiasmado, aquando da vinda do Santo Padre João Paulo II a Portugal, em maio de 1982:

-Acabo de compreender o valor do Terço!

Perante o olhar interrogativo de quem o escutava, explicou:

-Fui atrás do carro do Papa a ovacioná-lo. A frase era sempre a mesma… mas o amor com que a pronunciava era renovado de cada vez!

Não fazem o mesmo os enamorados, quando repetem vezes sem conta a mesma confissão de amor?

O Terço ajuda-nos a participar cada vez melhor na celebração da Eucaristia, porque nos habitua a estar na presença de Deus e Maria e a manter a inteligência e o coração despertos, para acolher a Palavra de Deus e a fazer de nós enamorados para o recebermos na Eucaristia.

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