5 de outubro de 2014 – 27º Domingo do Tempo Comum Ano A

«Ao Vosso poder, Senhor, tudo está sujeito, e não há quem à Vossa vontade possa resistir» (Ant. de Entrada).

Não basta ter fé – é preciso que a fé seja acompanhada com obras: «Nem todo o que Me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas o que faz a vontade de Meu Pai que está nos Céus» (Mt 7, 21).

Não basta dizer: – Eu cá tenho a minha fé! Quem não faz a vontade de Deus e não cumpre os seus Mandamentos é como a figueira estéril que o Senhor amaldiçoou…

O Senhor espera de nós frutos abundantes de boas obras.

«A vinha do Senhor é a Casa de Israel» (Salmo de Meditação)

A vinha do Senhor somos nós os cristãos: pelo Batismo fomos enxertados em Cristo como cepas escolhidas. Deus nada regateou para cultivar e embelezar a Sua vinha. Fomos revestidos da graça de Jesus Cristo, adornados com um cortejo de virtudes e dons sobrenaturais, alimentados continuamente com os Sues santos Sacramentos, protegidos e guiados pela nossa Mãe, a Santa Igreja… fomos «cumulados de bens para além dos nossos méritos e desejos» (Coleta). «Que mais se podia fazer à Minha vinha que Eu não lhe tivesse feito?» (1ª leitura).

O Senhor tem direito a esperar de nós frutos, uvas saborosas e não uvas azedas. Temos obrigação de dar frutos que saciem a fome de tantas almas; temos todos os meios sobrenaturais e doutrina mais que suficiente para iluminar, com a graça de Jesus Cristo, a vida de tantos nossos irmãos. O Senhor semeou em nós a boa semente para que dê abundante colheita (Cfr. Mt 13, 24). A glória de Deus é que produzamos muito fruto (Cfr. Jo 15, 8).

A condição para dar fruto.

A condição para darmos muito fruto é estarmos unidos a Jesus Cristo: «Aquele que permanece em Mim e em quem Eu permaneço é que dá muito fruto, porque, sem Mim, nada podeis fazer» (Jo 15, 5). Sem a união a Jesus Cristo não pode haver fecundidade apostólica: «Reparai nesses sarmentos repletos, porque participam da seiva do tronco. Só assim aqueles minúsculos rebentos de alguns meses antes puderam converter-se em polpa doce e madura, que encherá de alegria a vista e o coração das pessoas» (Salmo 103, 15). No solo ficam talvez algumas varas toscas, soltas, meio enterradas. Eram sarmentos também, mas secos, estiolados. São o símbolo mais gráfico da esterilidade. Porque «sem Mim nada podeis fazer» (S. Josemaría, Amigos de Deus, n.º 254).

O trabalho necessário.

Para darmos os frutos que Deus espera de nós, além da união a Cristo, é necessário o esforço e a disposição constante de viver as virtudes sobrenaturais e humanas na atuação apostólica que deve ser varonil, laboriosa, prática, variada e dinâmica. Sem tempo, paciência e constância não poderemos dar fruto: «Sede, pois, pacientes, irmãos…vede como o lavrador espera o precioso fruto da terra, tendo paciência até às chuvas do outono e da primavera» (Tiago 5, 7). A vinha precisa de ser «lavrada e limpa das pedras» (1ª leitura); precisa de ser «podada» (Jo 15, 2):

«Não ouviste dos lábios do Mestre a parábola da videira e das varas? – Consola-te. Ele é exigente porque és vara que dá fruto…E poda-te, ‘para que dês mais fruto’. É claro: dói esse cortar, esse arrancar. Mas, depois, que louçania nos frutos, que maturidade nas obras» (Caminho, n.º 701).

Oração, sacrifício, ação: desse modo, «o Senhor dará a sua bênção e a nossa terra produzirá o seu fruto» (Salmo 84, 13). «Tudo o que é verdadeiro e nobre, tudo o que é justo e puro, tudo o que é amável e de boa reputação e o que seja virtude e digno de louvor é o que devemos ter no pensamento» (2ª leitura), vigiando e orando em todo o tempo, propondo-nos metas apostólicas precisas e determinadas, levando muitas almas para Deus, enchendo os celeiros divinos de trigo bom, de frutos abundantes e saborosos.

A Virgem Santíssima é modelo de fecundidade apostólica:

«Na sua ação apostólica, a Igreja olha com razão para Aquela que gerou Cristo, o qual foi concebido por ação do Espírito Santo e nasceu da Virgem precisamente para nascer e crescer também no coração dos fiéis, por meio da Igreja» (LG 65).

Mãe fecunda, mais que todas as mães, Ela consegue-nos de Deus graças abundantes para que, durante esta vida terrena, produzamos muitos frutos de boas obras, levando muitas almas para Deus.

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