4 de agosto de 2019 -18º Domingo do Tempo Comum – Ano C

Não há grego ou judeu, bárbaro ou cita, escravo ou livre. O que é Cristo, que é tudo e está em todos. Um autêntico desmancha-prazeres, à primeira vista, a Palavra de Deus, neste Domingo. Lembramos que continuamos, com Jesus, o caminho para Jerusalém. E, à medida que o caminho avança, as exigências aprofundam-se. Desta feita, Jesus começa «a mexer no nosso bolso» e a colunar-nos rectamente diante dos bens. Toda a Palavra se destina a fazer perceber que a Vida do Homem está em Deus. E é Ele a sua riqueza.
Cada vez que a comunidade cristã se reúne, proclama a Cristo como Senhor da sua Vida.

“Aspirai e afeiçoai-vos às coisas do alto”(Col 3, 2)

«Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste para quem será?». Assim termina a parábola que ouvimos no Evangelho. De facto, de tão atarefados e embrenhados no nosso dia a dia… e sempre preocupados com o êxito e o sucesso… nem sequer nos passa pela cabeça a hipótese de (um dia ou a qualquer momento) termos de parar e largar tudo o que até aí vínhamos desenvolvendo e planeando, pelo facto de podermos ser surpreendidos pela realidade última de todo o ser vivo: a morte.
Todavia, até nem parece bem, no início do típico mês de férias e descanso, como é este mês de agosto, trazer à nossa reflexão e consideração do espírito a certeza da morte!
No entanto, não é da morte que Jesus quer falar; do que Ele nos fala mesmo é do nosso modo de viver que é, de facto e numa abordagem muito simples, demasiado materialista e quase sem Deus… E disso Ele nos quer prevenir!
Que adianta a riqueza, se tamanha fortuna não ‘compra’ o viver para sempre? Que adianta a riqueza, se não for para a dispor ao serviço do nosso bem-estar e dos que nos rodeiam?
Evidentemente, os bens materiais são necessários e úteis ao nosso modo de vida. Mas Jesus chama-nos a atenção para um necessário e justo equilíbrio, no nosso modo de viver, entre o dignamente desejável e a ganância avarenta. Parece-me que há uma diferença substancial e justa entre uma ‘opulência’ legítima e dignamente conseguida e uma opulência avarenta e gananciosamente buscada. Não é por acaso que o povo usa, em momentos de propostas menos honestas de conseguir bens, serviços ou favores, uma expressão do género: «Calma, que eu tenho uma alma para salvar!».
Assim sendo, e estando exatamente no início do mês de Agosto… aproveitemos a oportunidade para olhar para a nossa vida e, eventualmente, introduzir-lhe uma dimensão também espiritual ou, pelo menos, mais espiritual, como sugeria S. Paulo aos Colossenses: «aspirai e afeiçoai-vos às coisas do alto».

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