31 de maio de 2018 – Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo – Ano B

A Igreja celebra hoje a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. Jesus Cristo instituiu, na última Ceia, em Quinta-Feira Santa, na noite em que foi entregue, o sacrifício eucarístico do Seu Corpo e do Seu Sangue para perpetuar, pelo decorrer dos séculos até Ele voltar, o sacrifício da cruz, confiando à Igreja Sua esposa, o memorial da Sua morte e ressurreição: Sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal em que se recebe o Corpo e Sangue de Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da futura glória.
Para compreender melhor o mistério da Santíssima Eucaristia é necessário enquadrá-lo na história da salvação comprovada pelo sacrifício e banquetes sagrados.
A Aliança do Sinai compreende a libertação do Egipto e está centrada no banquete pascal.
A Ceia do Senhor consuma a Páscoa judaica.
A libertação e a Aliança. O cordeiro pascal é substituído pelo Cordeiro de Deus. Cristo nosso Cordeiro pascal foi imolado, começa o Seu sacrifício no Cenáculo e termina-o no Calvário. Este último sacrifício da Nova Aliança é agora incessantemente renovado sobre os nossos altares, em cada Missa que se celebra.
Como na Cruz a Santa Missa é um verdadeiro sacrifício, nela se atualiza a fé, a esperança, o amor e intensifica-se a caridade.
Jesus na Eucaristia é vida que se derrama sobre a Igreja. A Igreja faz a Eucaristia, a Eucaristia constrói a Igreja. A Igreja foi fundada como comunidade nova do Povo de Deus, na comunidade apostólica dos apóstolos que durante a Última Ceia se tornaram participantes do Corpo e Sangue do Senhor sob as espécies do pão e do vinho. Cristo tinha-lhes dito: Tomai e comei – Tomai e bebei – fazei isto em memória de mim.
E eles cumprindo esta ordem entraram pela primeira vez em comunhão sacramental com o Filho de Deus, comunhão que é penhor de vida eterna.
A partir da quele momento até ao fim dos tempos, a Igreja constrói-se mediante a mesma comunhão com o Filho de Deus que é o penhor de Páscoa eterna. Em cada Missa que participamos ouvimos Jesus Cristo pronunciar as mesmas palavras da Última Ceia servindo-se do sacerdote como Seu instrumento e o efeito dessas palavras é precisamente o mesmo, é sempre atual.
A presença real de Jesus Cristo é um mistério de fé. Jesus prometeu ficar na Santíssima Eucaristia. Ele é o Pão da verdade oferecido pelo Pai aos homens. Estes devem prestar a Deus a homenagem da sua fé acreditando n’Ele.
Jesus é também alimento verdadeiro para a vida em graça de todos os homens.
Dar-lhes-á a Sua Carne e o Seu Sangue, em alimento penhor de imortalidade, condição indispensável para ter vida.
Jesus escolheu esta presença contínua junto de nós levado pelo Seu grande amor, porque nos ama verdadeiramente e quis ficar no meio de nós até ao fim dos tempos.
Cristo morreu pela Igreja e por ela instituiu a Santíssima Eucaristia, onde revela todo o Seu amor. Nela jesus está como vítima, amigo, benfeitor, consolador e também como nosso Pai.
Devemos estar agradecidos ao Senhor que se entrega à morte quando, na realidade, os criminosos somos nós, pelos nossos pecados.
Como podemos ficar indiferentes perante a Santa Missa? Nela temos a felicidade de participar não da carne sacrificada ao Senhor nos sacrifícios da Antiga Lei, mas de comer o próprio Corpo do Senhor.
Como poderemos então compreender que um filho de Deus se alheie do sacrifício do Altar e não faça todos os esforços para compreender cada vez melhor o valor da Santa Missa? Mas há muitos cristãos que ainda infelizmente desconhecem a riqueza oferecida por Jesus Cristo à Sua Igreja na Última Ceia, ou pelo menos vivem como se o Senhor não estivesse presente na Santíssima Eucaristia.
Mas Jesus aponta-nos a Santíssima Eucaristia como alimento sobrenatural e fala-nos na necessidade de comungar.
«Eu sou o Pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste Pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei-de dar é a minha carne que Eu darei pela vida do mundo».
E logo nos adverte: «Se não comerdes a Carne do Filho do Homem e não beberdes o Seu Sangue, não tereis a vida em vós».
São Paulo adverte a este respeito: «Todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será réu do Corpo e do Sangue do Senhor. Examine-se cada qual a si mesmo e então coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que come e bebe em pecado come e bebe a sua própria condenação». Meus irmãos, isto deve-nos levar a um esforço constante para melhorar todos os aspetos da nossa vida.

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