31 de maio de 2015 –Solenidade da Santíssima Trindade

Toda a Missa que se celebra é sempre o maior ato de culto oferecido ao único Deus, no mistério da sua vida trinitária, como se diz a concluir a oração Eucarística: «Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a Vós Deus Pai omnipotente, na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória, agora e para sempre!». Hoje centramo-nos ainda mais no insondável mistério da imensa grandeza, poder, sabedoria, amor e misericórdia de Deus, para o contemplar, louvar e agradecer, fazendo de cada momento da nossa vida um incessante «glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo», como desde o Papa S. Dâmaso do século IV toda a Igreja reza, ao terminar cada um dos 150 Salmos na Liturgia das Horas.

  • A festa de hoje é um convite a mergulhar no imenso mistério da vida íntima do próprio Deus e a louvar a grandeza do seu amor: «Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo!»
  • Deus revela-nos o mistério da sua vida quando, para nos fazer participar da sua própria vida, nos envia o seu Filho à Terra, e o Filho – consumada a obra da Redenção – nos envia do Pai o Espírito Santo.
  • A Igreja – fundada por Deus à imagem da SSª Trindade – é também um mistério de comunhão na unidade, a que jamais pode renunciar.

A Igreja, depois de, ao longo do ano litúrgico, ter contemplado todos os mistérios da Salvação – desde o Nascimento de Cristo até ao Pentecostes – dirige hoje o seu olhar para o mistério fundamental do cristianismo: o mistério da SSª Trindade, fonte de todos os dons e de todos os bens, e convida os cristãos a mergulharem na profundidade da vida íntima de Deus e a cantarem os Seus louvores: «Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo».

Há um só Deus. Lemos na primeira leitura da missa a advertência de Moisés ao povo: «Fica, pois, sabendo hoje, grava-o no teu coração: só o Senhor é Deus, no alto dos céus e cá em baixo na terra, e não existe nenhum outro Deus».

Todo o Antigo Testamento se empenha em proclamar e exaltar esta unicidade de Deus, para que Israel, vivendo em contacto com povos pagãos, não caísse em idolatria. Porém a nós, ao novo Israel libertado na nova Páscoa, o nosso Libertador, o Senhor Jesus – Deus que se faz homem –, a nós ele revelou-nos o Pai e a comunhão do Espírito Santo.

E podia fazê-lo, de pleno direito, como nos diz S. João no prólogo do seu Evangelho: «A Deus, nunca ninguém O viu, o Filho único, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer!» E foi assim que O deu a conhecer: como Mistério de Comunhão, em Si mesmo e como projecção de Amor salvífico para com as suas criaturas. É como Trindade que Deus entra em relação com os homens: é Pai, que os ama como a filhos no Seu único Filho e na comunhão do Espírito Santo, derramado nos seus corações. E assim, baptizados «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo», como Jesus mandou – ouvimo-lo hoje na terceira leitura – renascemos para esta vida nova como filhos do Pai, que assim dispôs esta nossa regeneração, como irmãos de Cristo, que para nós a mereceu com o sangue derramado na Cruz, e como templos do Espírito Santo, que em nós prepara esta «morada» de amor.

A segunda leitura, da carta aos Romanos, assinala particularmente esta acção do Espírito Santo: «Recebestes um Espírito que faz de vós filhos adoptivos, e que nos leva a bradar: Abbá! Ó Pai!»

Neste dia em que tomamos mais consciência de sermos Igreja, isto é reunião, assembleia de convocados, não podemos esquecer que somos parte integrante da Igreja Universal, que, toda inteira, é, como diz o Concílio na Lumen Gentium, «um Povo congregado na unidade do Pai, do Filho, do Filho e do Espírito Santo».

E esta Igreja, «reunida pela virtude e à imagem da Trindade, aparecerá ao mundo como Corpo de Cristo e Templo do Espírito Santo, para louvor da infinita sabedoria de Deus» (Prefácio).

 

 

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