25 de dezembro de 2015 – Solenidade do Natal do Senhor – (Missa do Dia)

É Natal! Cristo nasceu! Foi-nos dado um Salvador! Com os Anjos, os Pastores e todos os homens de boa vontade, sejamos testemunhas da Boa Nova para que todos os confins da terra possam ver a salvação do nosso Deus!

O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós

«O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós!» A liturgia da Palavra na Missa da meia-noite e na Missa da aurora apresentou-nos Jesus Menino nascido em Belém de uma forma pobre e humilde. É verdadeiro Deus, mas vemos uma criança recém nascida. É o nosso Salvador, mas revestido da nossa natureza humana. É eterno, mas nasce no tempo, entra na história da humanidade, nos dias do Rei Herodes, em Belém de Judá, quando César Augusto governava o império romano. Nesta Missa do dia, (da tarde de Natal), fala-nos o Evangelista S. João e o autor da Epístola aos Hebreus. Utilizando uma linguagem solene os textos bíblicos apresentam-nos esta Criança como o Verbo Eterno! O filho de Deus entra na nossa vida temporal, mas Ele foi gerado antes de todos os tempos: «No princípio era o Verbo! O Verbo estava junto do Pai! Mas o Verbo era Deus!» Jesus é o filho Unigénito do Pai. A Carta aos Hebreus também nos apresenta Jesus como o Filho de Deus: «Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei!» Aquele que contemplamos reclinado na manjedoira é verdadeiro Homem e verdadeiro Deus! Pois o Verbo de Deus acampou entre nós! «Nós vimos a sua glória de unigénito do Pai!» Ele a Palavra definitiva do Pai por quem tudo foi criado! Deus tinha falado através dos profetas. Agora fala-nos através de seu Filho! O Verbo eterno «tudo sustenta com a sua Palavra!» «Ele é o esplendor da glória de Deus e a perfeita imagem do ser divino!» (Hebreus 1, 1-6) Hoje, em comunhão com toda a Igreja continuamos a proclamar a fé em Jesus Cristo, Verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Na recitação do Credo ajoelhamos quando dizemos: «Por nós homens e para nossa salvação desceu do Céu e encarnou pelo poder do Espírito Santo, no seio da Virgem Maria e Se fez homem!» Verdadeiro Deus porque «o Verbo era Deus»; verdadeiro homem porque «o Verbo Se fez carne e habitou entre nós!» (Jo 1, 1.14)

Veio para o que era seu, mas os seus não receberam!

Natal é festa de alegria, festa de paz, festa de luz, porque o Menino que nasceu é o «Príncipe da Paz», é a «Vida e a Luz dos homens.» No entanto, não podemos esquecer que «o povo vivia nas trevas!» O profeta Isaías afirma que nas trevas brilhou uma grande luz. S. João esclarece, dizendo que «o Verbo era a luz verdadeira que ilumina todo o homem.» Natal lembra-nos com tristeza que nem todos quiseram aceitar Jesus como seu Salvador. «O mundo foi feito por Ele», mas em Belém não havia lugar para Ele nas hospedarias! «Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam!» E pior que isso: «Ele era Vida dos homens» e os homens quiseram dar-lhe a morte logo ao nascer: «José, toma o Menino e sua Mãe! Foge para o Egipto, porque Herodes procura o Menino para o matar!» (Mat 2,13)

O nosso tempo não é melhor que o tempo em que Jesus nasceu, há cerca de dois mil anos. Se acreditamos que Jesus se identifica com os pequeninos, podemos reafirmar com os Evangelistas que Jesus continua a não ter lugar… Talvez pior ainda! Jesus não tinha uma casa para nascer, mas tinha uma Mãe com os braços abertos para o receber, para o acariciar ao seu colo. Hoje, quantas crianças abandonadas, rejeitadas, pelos seus próprios pais. Jesus teve que enfrentar a crueldade de Herodes, que mandou matar as crianças de Belém. Hoje, quantas crianças não chegam a nascer porque são mortas pela vontade de seus pais no seio materno! E isto não apenas numa pequena aldeia, mas à escala mundial! Jesus menino não tinha casa nem berço, hoje há casas e berços, mas não há crianças para as encher de alegria.

O poeta escreveu: «Natal é vida que nasce! Natal é Cristo que vem. Nós somos o seu presépio e a nossa casa é Belém». Pergunto: de que nos serve celebrar o nascimento de Jesus hoje, se amanhã não defendemos o direito à vida das crianças? Direito à vida desde o seio materno. Natal não é apenas recordar o grande Presente que Deus nos enviou, é sobretudo, ter a coragem de nós próprios sermos a Presença de Deus, tornar Deus presente para tantas pessoas que nunca recebem um gesto de amor. Amar é tornar Deus presente no meio de nós! Alguém escreveu: «É sempre Natal no coração que ama!» Façamos de toda a nossa vida um contínuo dia de Natal. Boas festas para todos.

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