13 de dezembro de 2015 – 3º Domingo do Advento – Ano C

As pessoas procuram a alegria na vida como um bem indispensável. Fundaram até, há pouco, a sociedade do riso, como terapia para as doenças psíquicas, como forma de libertação de pesos que trazem na alma.

A alegria que Deus nos promete e para a qual nos convida é muito mais profunda. Brota do íntimo do nosso coração e tem a sua origem na fidelidade ao Senhor.

Para que a vivamos intensamente nos convida o Senhor na Liturgia da Palavra deste 3º Domingo do Advento.

Exortação à alegria

O profeta Sofonias conclui o seu livro com um canto de exultação, porque se aproxima o tempo da restauração esperada. Vai acabar o exílio, regressarão e novo a Jerusalém, e o Senhor virá.

Todas as vezes que o Senhor intervém nas nossas vidas, fá-lo para infundir em nós a verdadeira alegria.

Falsas alegrias. Muitas vezes sonhamos com ela, não como Deus a quer e no-la dá, mas como a idealizamos e, por isso, não a alcançamos, porque não existe:

– Uma vida sem problemas nem dificuldades, ou seja, sem cruz. O esforço para vencermos as dificuldades faz-nos crescer interiormente.

A satisfação de todos os nossos desejos e caprichos. Os nossos sentidos são cegos e pedem-nos caprichos que destruiriam a saúde, a vida e nos tornariam infelizes. A embriaguez dos sentidos leva ao descaminho total.

– Uma situação em que todos os outros se submetem aos nossos gostos e retiram do nosso caminho qualquer limitação. Como cada um se integra num grupo, numa comunidade, ao fazerem todos a mesma exigência, cairíamos numa situação sem saída.

A verdadeira alegria. A verdadeira alegria lança as raízes no Amor de Deus sobre todas as coisas, que se manifesta num desejo constante de fazer a Sua Santíssima Vontade e de recomeçar todas as vezes que for necessário.

«O Senhor (…) vai encher-se de júbilo e renovar-te no Seu amor

Confiança ilimitada em Deus. A insegurança torna-nos infelizes e impede-nos de estar alegres. Quando, porém, nos apoiamos na nossa filiação divina, nada poderá perturbar-nos nesta caminhada para o Céu.

Encontraram junto ao coração de Santa Teresa de Ávila um papel que nos desvenda o segredo da sua alegria, no meio de tantas dificuldades que teve de enfrentar: «Nada de perturbe, nada te amedronte. Se deus está contigo, nada falta. Deus só, basta

Conformidade com a vontade divina. Esta confiança ilimitada no Senhor, a certeza de que Ele nos ama e fará por nós o melhor, de tal modo que até os nossos erros e pecados, se lhes entregarmos, transformar-se-ão em riqueza interior para nós, faz com que nenhuma onde de tristeza ou de preocupação nos possa submergir.

Tudo se converte num bem para aqueles que amam o Senhor, exclamava S. Paulo.

Remover os obstáculos à alegria que o Senhor nos oferece

Somos chamados a ser testemunhas da verdadeira alegria, neste mundo cheio de sombras em que vivemos. A nossa alegria pode ser um dos sinais – testemunho – para a verdadeira evangelização.

 

Humildade. Perdemos, muitas vezes, a alegria, por falta de humildade. Julgamo-nos mais do que somos, e ficamos tristes porque não nos dão a importância que julgávamos ter.

João Baptista quer ser apenas a voz que clama no deserto, a avisar as pessoas para que se preparem para a vinda do Senhor. «Eu não sou digno de Lhe desatar as correias das sandálias».

Tolerância. Muitas vezes, estamos mais atentos às faltas e defeitos dos outros do que à nossa vida. Além disso, cada um deve seguir livremente o seu caminho.

No seio das famílias, dos ambientes de trabalho e das comunidades, passamos maus bocados e andamos tristes porque somos intolerantes para com os outros. Isto mesmo aconselhava S. João no deserto. «Não useis de violência com ninguém, nem denuncieis injustamente».

Oração e súplica. Habituemo-nos a procurar na oração humilde e recolhida o apoio de que precisamos quando as preocupações nos invadem. Os momentos passados diante do Sacrário ou no silêncio do nosso quarto, contando ao Senhor o que nos preocupa, é o suficiente para nos restituir a paz.

Desinstalar-se. Pode acontecer que teimemos em nos aferrarmos aos nossos caprichos e comodidades. Se, ocasionalmente, ou as próprias circunstâncias da vida nos obrigam a qualquer movimento, reagimos mal e difundimos o mau ambiente à nossa volta.

Não deixa de ser impressionante que esta multidão de que fala o Evangelho tenha deixado a relativa comodidade das suas casas, para irem escutar João Baptismo num ambiente do deserto escaldante e, para ouvir uma doutrina exigente.

Desprendimento. Criamos necessidades artificiais e ficamos de mau humor quando nos recusam esses caprichos. Dia o Precursor: «Quem tem duas túnicas reparta com aquele que não tem. E quem tem mantimentos proceda da mesma forma

Justiça nos negócios e no trabalho. Há pessoas que vivem num permanente descontentamento porque julgam que nunca se lhes reconhece o mérito que têm e a recompensa que merecem. Aos soldados em serviço aconselhava: «Contentai-vos com o vosso soldo

A Celebração da Eucaristia em cada Domingo é uma escola da verdadeira alegria: aprofundamos nela o conhecimento da vontade de Deus e recebemos a força de Deus para enfrentar as dificuldades diárias.

Invocamos Nossa Senhora como causa da nossa alegria, porque nos deu Jesus, Príncipe da Paz. Mas também sabemos que vivia numa conformidade perfeita com a vontade de Deus, apesar de ter de enfrentar, muitas vezes, situações difíceis.

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