18 de novembro de 2018 -33º Domingo do Tempo Comum Ano B

Aproximamo-nos do fim do ano litúrgico. Ao longo deste fomos atualizando, contemplando, meditando e vivendo os diferentes momentos da História da Salvação. A História da Salvação termina com a Parusia, ou seja o fim dos tempos, que marca o final desta criação desta História, para dar lugar a uma nova era.
Esse momento final será assinalado pela segunda e última vinda do Senhor Jesus, que virá sobre as nuvens do Céu com grande poder e majestade. Quanto a esse dia e a essa hora ninguém os conhece, nem os anjos nem o Filho, só o Pai, diz-nos o Senhor no Evangelho. Esse momento será um momento de renovação total do Universo, da vitória definitiva sobre o mal, o pecado e a morte, do início do reinado da Nova Jerusalém Celeste. Tudo volta para Ele. Assim como toda a sementeira sai das mãos do lavrador e será colhida por ele, assim das mãos de Deus saíram todas as coisas visíveis e invisíveis e todas elas voltarão para Deus.
É isto meus irmãos que todos nós somos convidados a contemplar, neste penúltimo domingo do ano litúrgico. A certeza de que o Senhor há-de vir deve levar o cristão a preparar-se para esse encontro decisivo através duma vida digna e rica em boas obras. Será esta uma boa ocasião para refletirmos sobre as nossas atitudes em relação a Deus e aos irmãos, enquanto aguardamos na alegria e na esperança a última vinda do Senhor. É que nós, cristãos, damos relativamente pouca importância a este momento definitivo da nossa salvação. Salvação que ultrapassa todos os limites para ter a sua plena realização numa comunhão com o único Absoluto, que é Deus. Salvação que nos transcende, salvação que está para além da morte e que já tem o seu começo nesta vida, mas que terá realização completa na eternidade.
A nossa mentalidade cristã de hoje não dá suficiente atenção ao fim dos tempos, apenas nos preocupamos com a situação terrena. Mas para além do tempo e da História, para além da realidade deste mundo cujo o cenário é passageiro, esquecemo-nos que não somos pertença deste mundo mas sim de um Reino que há-de vir. Como garantia da Sua vinda Jesus apresenta a Sua palavra que é criadora e eterna: «O Céu e a Terra passarão, mas as minhas palavras não hão-de passar».
Uma outra atitude bastante comum em relação ao fim dos tempos é o sentimento de temor que este nos produz. Muito diferente era a atitude dos primeiros cristãos que invocavam essa vinda com estas palavras; vem Senhor Jesus! Para nós cristãos que acreditamos na ressurreição, o fim do mundo deve ser algo que devemos desejar, pois ele é a nossa esperança e a conclusão definitiva da nossa salvação. Certamente vos lembrais das palavras que são proferidas no prefácio dos defuntos: «N’Ele brilhou para nós a esperança da feliz ressurreição; e, se certeza da morte nos entristece, conforta-nos a promessa da imortalidade. Para os que crêem em vós, Senhor, a vida não acaba, apenas se transforma; e desfeita a morada deste exílio terrestre uma habitação se adquire no céu». Estas palavras são a esperança nas promessas feitas por Deus na Nova Aliança em Jesus Cristo.
A Igreja é chamada a implantar já hoje o Reino de Deus sobre a Terra e o cristão é chamado a colaborar com Cristo na criação de novos céus e nova terra.
Mas, para que isso seja possível, o homem tem de dar conta de que o Senhor lhe traçou um plano de vida. Se vos recordais, a primeira leitura termina com estas palavras: Aqueles que tiverem guiado a multidão nos caminhos da justiça terão o brilho das estrelas por toda a eternidade. Por isso, meus irmãos, a nossa vida presente é cheia de responsabilidade porque nos prepara para a eternidade feliz ou infeliz.

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