18 de agosto de 2019 – 20º Domingo do Tempo Comum – Ano C

Talvez possam surpreender-nos as palavras de Cristo no Evangelho de hoje. São palavras fortes e enérgicas.
Se a ideia que temos de Jesus, é simplesmente a do ser doce e suave que nos dão certas imagens, então as palavras que hoje ouvimos são incompreensíveis. Teremos talvez que corrigir o retrato que formamos de Cristo.
Ele é doce, sim, porque é todo Amor. Mas um Amor forte e corajoso que não recua perante o perigo, nem receia afrontar todas as lutas para salvar aqueles que ama.
Ele tem palavras suaves para consolar os tristes, mas é duro com os hipócritas e os que perseveram na mentira.
Ele tem gestos delicados para curar os doentes, ou perdoar aos pecadores arrependidos, mas é capaz de pegar num chicote para castigar os profanadores do Templo de Seu Pai.
Seria bom que procurássemos através do Evangelho conhecer melhor a figura de Jesus. Algumas pessoas vêem-No, simplesmente, como um homem bom, de sorriso meigo, que aconselha a submissão. Mas se tentarmos descobri-Lo, através do Evangelho, a imagem de Cristo surge-nos das duas páginas, antes com as virtudes dum herói, que nenhum perigo faz recuar e que nenhuma luta atemoriza.
O caminho que Ele nos propõe não é um caminho cómodo. Quem quiser segui-Lo tem de optar, uma vez por todas, e ser capaz de enfrentar as contrariedades ou mesmo as perseguições que essa escolha pode trazer. Teremos de ter a coragem de ser coerentes com a escolha que fizemos, mesmo quando à nossa volta as pessoas não querem aceitar a nossa posição. Se para nos mantermos do lado de Cristo tivermos de enfrentar a oposição dos outros, teremos de aceitar a luta. Não podemos por tibieza passar-nos para o outro lado. É por isso que o Senhor diz: «Vim estabelecer a desavença».
Quantas vezes temos presenciado situações destas, na vida de todos os dias. Um filho para seguir a sua vocação para a vida sacerdotal, tem de enfrentar a incompreensão dos pais, o homem que para defender alguém, injustamente perseguido, tem de lutar contra o grupo que o ataca, o cristão que, para manter uma posição coerente com a sua fé, no trabalho ou na escola, sofre a repulsa dos colegas, e tantas, tantas outras.
A voz do Senhor é uma voz exigente. Não podemos ser por Ele e contra Ele. Ele próprio nos dá o exemplo: Não vacilou perante a incompreensão e as ameaças do Seu povo. Enfrentou a ira dos poderosos deste mundo para defender a Verdade. Aceitou voluntariamente o sofrimento e a morte para nos salvar. Nada O detém no cumprimento da Sua missão de Amor. Sejamos também nós fortes na nossa posição de cristãos.

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