14 de maio de 2023 – 6º Domingo da Páscoa – Ano A

Com uma delicadeza verdadeiramente divina, Jesus prepara os Onze para deixarem de O contemplar visivelmente ao seu lado e se abandonarem generosamente à ação do Espírito Santo.

A nossa vocação cristã pede-nos que procuremos Deus dentro de nós e que aí nos recolhamos para nos encontrarmos com Ele, no meio das preocupações e trabalhos que nos distraem desta vida íntima, ao mesmo tempo que procuramos reconhecê-lo e servi-lo nos nossos irmãos.

 

  1. A Igreja que Jesus quis

O livro Actos dos Apóstolos acompanha os primeiros passos da Igreja, depois da Ascensão de Jesus e da vinda do Espírito Santo.

  1. Uma Igreja em crescimento. «Naqueles dias, Filipe desceu a uma cidade da Samaria e começou a pregar o Messias àquela gente. As multidões aderiam unanimemente às palavras de Filipe, ao ouvi-las e ao ver os milagres que fazia

Depois da perseguição desencadeada contra os cristãos de Jerusalém, a seguir ao martírio de santo Estêvão, Filipe, um dos sete diáconos ordenados pelos Apóstolos, dirigiu-se para a Samaria, a fim de pregar o Evangelho.

Os samaritanos eram considerados pelos judeus pagãos, hereges, infieis à verdadeira religião israelita. Desprezavam os samaritanos porque quando os judeus partiram para o cativeiro de Babilónia, os habitantes da Samaria tinham-se misturado com os povos pagãos.

 Assim, quando Jesus se encontrou com a Samaritana, ela estranhou que lhe falasse, porque os judeus não saudavam os samaritanos.

A Igreja, porém, não tem fronteiras de raça, de nacionalidade ou de cor e, por isso, anuncia o Evangelho a todos os povos.

O Espírito Santo é o Evangelizador, Aquele que nos ensina toda a verdade. Nós somos apenas instrumentos desta ação divina.

É verdade que, nos primeiros tempos, os cristãos foram favorecidos com graças especiais, para que Igreja pudesse crescer tão rapidamente, embora eles se tenham entregado com toda a generosidade ao anúncio da Salvação em Jesus Cristo.

Queixamo-nos de que as pessoas não querem ouvir de Deus e resistem aos esforços evangelizadores. Muitas vezes, porém, esta dificuldade é um mito inventado por nós. Queixamo-nos, como desculpa que encobre a nossa apatia e preguiça. Se quisermos ser sinceros connosco mesmos, havemos de reconhecer que não temos iniciativa.

Como podemos anunciar Jesus Cristo com entusiasmo, se estamos tíbios na nossa vida pessoal, se vivemos um cristianismo a meias, cheio de descontos na fé e na moral? Quem não está entusiasmado por Cristo, decidido a arriscar tudo por Ele, como pode falar do mestre com entusiasmo?

Quando as pessoas virem no nosso rosto brilhar a alegria de amar a Jesus Cristo, e forem tocadas pela nossa participação fervorosa nas celebrações litúrgicas, gostarão de comungar a nossa fé.

Antes de crescer no exterior, a Igreja tem de crescer dentro de nós, por uma conversão sincera que nos leve a uma entrega sem descontos a Jesus Cristo.

Eram as pessoas correntes – leigos! – que levavam para toda a parte a grande notícia. A nossa terra foi evangelizada pelos soldados romanos destacados de Roma para a nossa terra, para manterem a soberania do Império Romano. O mesmo faziam os mercadores, os marinheiros e todos os outros que percorriam o mundo conhecido de então.

 

  1. O Espírito Santo, Dom de Deus
  2.  O Espírito Santo, nosso Defensor. «Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos. E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Defensor, para estar sempre convosco»

Jesus escolhe o ambiente íntimo do Cenáculo, depois e ter instituído a Santíssima Eucaristia e o sacerdócio ministerial, e dado a comunhão aos que ali estavam, para fazer uma profunda e longa catequese sobre a terceira Pessoa da Santíssima Trindade.

Num primeiro momento, já habituados com Jesus, os Onze sofrem com esta separação. É preciso que o Mestre lhes diga: «A vós convém-vos que Eu vá…»; «Vou preparar-vos um lugar...» Entretanto, vai ficando claro na mente destes homens quem é o Espírito Santo.

  • É uma Pessoa. Significa esta palavra que tem inteligência e vontade livre. É omnisciente como o Pai e o Filho; quer e ama. Como Pessoa, é Alguém com Quem podemos falar, abrir-nos em confidência, pedir conselho e ajuda.

Quando temos junto de nós uma pessoa de confiança, nuca estamos sós nem inseguros ou receosos.

  • Divina. É Deus, como o Pai e o Filho, Omnipotente, infinitamente, Bondade e Beleza infinitas.
  • Com a santidade como atribuição. Embora as Três Pessoas divinas tenham os mesmos atributos, em cada uma delas manifesta-se especialmente um deles. Assim, na criação do universo atribuída ao Pai, manifesta-se a Omnipotência e a Sabedoria infinita; o Verbo, ao assumir a nossa condição humana, manifesta-nos o infinito Amor de Deus por nós; ao Espírito Santo, Hóspede divino das almas, atribuímos a Santidade.
  • Move-nos à santidade pessoal. A santidade é perfeição, concretizada na luta contra os defeitos, as obras por acabar ou mal feitas, tudo o que é fruto da mentira.
  • Nosso Defensor. Como nos defende? Fazendo brilhar a verdade contra a mentira que nos oprime; fortalece-nos com os dons, para lutarmos contra as seduções do Inimigo; coloca em nossos lábios a resposta certa quando formos chamados diante dos tribunais por causa da nossa fé.

Com o Pai e com o Filho, constitui a Santíssima Trindade, Três Pessoas divinas e um só Deus verdadeiro.

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