Jesus anima-nos a viver este encontro com Ele para nos enchermos do fogo do Seu amor, que veio acender na terra. E assim sermos verdadeiramente felizes e comunicarmos aos outros essa mesma felicidade.
O pecado afasta-nos dEle e rouba-nos a alegria.
Eu vim trazer fogo à terra.
Jesus veio trazer à terra o fogo do amor de Deus. É um fogo que aquece os corações e os enche de vida. Hoje há tantos corações enregelados! Jesus quer comunicar-lhes o Seu amor e fazê-los felizes. Nós cristãos temos de encher-nos desse fogo e comunicá-lo àqueles que nos rodeiam.
O calor faz crescer plantas e animais. Também o calor do amor de Deus faz crescer as almas, enche-as de energias para oferecer a Deus as tarefas de cada dia e trabalhar para que todos O conheçam e amem. Jesus enviou o Espírito Santo, amor incriado que une o Pai e o Filho desde toda a eternidade, para ficar em nós, em nossa alma, para nos comunicar a caridade, participação do amor do próprio Deus. “O amor de Deus foi difundido em nossos corações – diz S.Paulo – pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rom 5,5)
É o amor que dá sentido à vida. É o amor que nos faz santos. Aqueles que veneramos nos altares não eram pessoas sem defeitos. Caíam e levantavam-se, uma e outra vez. Procuravam enamorar-se de Deus e assim alcançaram a perfeição.
Fixando os olhos em Jesus
Jesus é para nós o modelo que havemos de copiar em nossa vida. Havemos de avivar o desejo de nos parecermos com Ele. Temos de fixar os olhos nEle, como diz a Carta aos Hebreus: “Estando nós rodeados de tão grande número de testemunhas ponhamos de parte todo fardo e pecado que nos cerca… fixando os olhos em Jesus, guia da nossa fé e autor da sua perfeição” (2ª leit). Os santos são essas testemunhas que nos rodeiam e nos animam, mas o modelo a copiar é Jesus. Ele veio viver a nossa vida, trabalhou na oficina de Nazaré, sujeitou-se ao sofrimento e à morte. Os santos procuraram parecer-se com Ele e por isso alcançaram a santidade. DEle receberam toda a graça; por isso Ele é o autor da sua perfeição.
Sobretudo temos de pôr os olhos em Jesus para sofrer as contrariedades da vida, para enfrentar as perseguições que atingiram os primeiros cristãos e continuam a bater à porta dos cristãos do nosso tempo.
Os cristãos têm de ser valentes, não ter medo da cruz, ser capazes de encontrar a alegria mesmo no meio dos sofrimentos. S. Lourenço, que a Igreja celebrou há poucos dias, era diácono em Roma e tinha ânsias do martírio. Foi preciso que o papa, de que era colaborador diligente, o proibisse de se expor a ser descoberto. Foi preso e condenado a ser queimado vivo numa grelha de ferro. No meio das chamas gracejava com o carrasco: – já me podes virar, porque já estou assado deste lado.
Os mártires encontravam força e alegria em Jesus e na certeza de irem vê-Lo faca a face.
Para não vos deixardes abater pelo desânimo
Não podemos deixar-nos vencer pelo desânimo. Foi Jesus que disse antes de morrer: Não temais, Eu venci o mundo (Jo 16,33). Ele vence sempre porque tem todo o poder. Com Ele também nós venceremos, se O amamos, se lutamos unidos a Ele.
Vale a pena trabalhar para espalhar no mundo o amor de Deus. S. Francisco de Assis clamava: “o Amor não é amado”. Tantos andam pelo mundo atrás de bolas de sabão. Pensam que são felizes atrás das vaidades, dos prazeres terrenos, atrás das riquezas que lhes fogem das mãos. E esquecem-se do Senhor de todos tesouros e de todas as alegrias.
Temos de lhes gritar: -porque desperdiçais a vossa vida em bugigangas que não valem a pena? Porque correis atrás de sonhos vãos de felicidade? Só Cristo tem palavras de vida eterna.
“Não vos dá vontade de gritar à juventude buliçosa que vos rodeia: Loucos!, deixai essas coisas mundanas que amesquinham o coração… e muitas vezes o aviltam…, deixai isso e vinde connosco atrás do Amor?” ( S. JOSEMARIA, Caminho 790 ).
Este ano foi proclamado pelos bispos de Portugal como ano missionário Temos de encher-nos do ardor de S. Francisco Xavier e comunicar aos que nos rodeiam o fogo do amor de Jesus. Animemos os nossos migrantes a levarem aos outros países em que trabalham as riquezas da fé cristã.
Lutemos por ser santos e por levar os outros a Cristo.Com perseverança que nada faça desanimar.
“Bendita perseverança a do burrico de nora! – Sempre ao mesmo passo. Sempre as mesmas voltas. – Um dia e outro; todos iguais. Sem isso, não haveria maturidade nos frutos, nem louçania na horta, nem o jardim teria aromas. Leva este pensamento à tua vida interior.
Qual é o segredo da perseverança? O Amor. – Enamora-te. e não «O» deixarás” (Ib. 998-999).
Peçamos à Virgem nos ajude a encher-nos do amor de Seu Filho e a levá-lo aos. Outros, com valentia e sem desanimar.