13 de setembro de 2020 – 24º Domingo do Tempo Comum – Ano A

O tema central deste domingo é o perdão. Perdão que é sem dúvida a mais bela faceta do amor de Deus. Amor que se prolonga em Seu Filho Jesus Cristo que, em perfeita e íntima união com o Pai, se deixa matar por amor aos homens pecadores a quem perdoa da forma mais radical e profunda.

Nas leituras deste domingo, está bem expresso a vontade de Deus em relação ao homem, apontando-lhe o caminho do amor e do perdão, convidando-o  a colaborar na obra da salvação. Certamente reparaste na pergunta que Pedro fez a Jesus: Se meu irmão me ofendeu várias vezes, quantas deverei perdoar-lhe? Irei até sete vezes? Jesus mostra a sua infinita capacidade de amor e de perdão ao responder: não te digo sete vezes, mas setenta vezes sete, o que quer dizer que o perdão não tem limites.

Jesus Cristo manda-nos fazer oração deste modo: «perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos aquém nos tem ofendido». E diz-nos: se vós perdoardes aos vossos irmãos as ofensas que tendes deles, também vosso Pai celeste vos há-de perdoar. Jesus ensina-nos este dever com o Seu próprio exemplo, morrendo na cruz implora do Pai o perdão para os que O crucificaram: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.

Perdoar é um dever absoluto que Deus nos impõe, a ponto de não nos perdoar se nós não perdoarmos. E só seremos capazes de perdoar se, no nosso coração existir amor porque, sem amor, não pode haver perdão.

O primeiro mandamento manda-nos amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como nós mesmos. Temos o dever de amar o próximo pois é Deus quem no-lo pede. Todo o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus e por isso todos somos irmãos. O amor que devemos ter a todos os homens estende-se, por vontade expressa de Jesus Cristo, aos nossos inimigos. O verdadeiro sinal do amor aos inimigos é o perdão das ofensas. Se gostamos de ser perdoados, perdoemos também. «Com a medida com que medires os outros, sereis medidos».

Meditemos nestas palavras de Jesus, quando nos nossos corações se levantarem rancores, ódios e desejos de vingança, contra os nossos irmãos. Amemo-los como Cristo nos amou. Jesus Cristo disse: amai os vossos inimigos; fazei bem aos que vos perseguem e caluniam. Deste modo estamos a ser verdadeiros cristãos, filhos de Deus nosso Pai, o qual faz nascer o sol e a chuva sobre os bons e os maus, justos e injustos. Porque se amamos só aqueles que nos amam que recompensa teremos? O Senhor quer que reparemos o mal através da reconciliação. Portanto se estás fazendo a tua oferta diante do altar e te lembrares que o teu irmão tem contra ti alguma coisa, deixa a tua oferta diante do altar e vai reconciliar-te primeiro com o teu irmão. Virás depois então fazer a tua oferta.

No entanto a experiência de tantas fraquezas pessoais não nos deve levar ao desânimo, mas sim a confiar mais na misericórdia de Deus Pai, pois Ele está sempre disposto a perdoar qualquer ofensa, desde que o nosso arrependimento seja sincero, sabendo reconhecer a nossa condição de pecadores. E certamente todos nós damos conta de quantas vezes Deus nos perdoa, sendo Ele até o primeiro a procurar o nosso coração e a convidá-lo à penitência, a fim de nos perdoar. E apesar disso nós temos tanta má vontade e tanta dificuldade em perdoar. Porquê? Acaso o discípulo não deve ser em tudo igual ao seu mestre? E o discípulo só será perfeito, se for como o mestre. «Nisto reconhecereis que sois meus discípulos -se vos amardes uns aos outros».

Saibamos nós ser verdadeiros discípulos de Jesus Cristo, amando-nos e perdoando-nos do íntimo do nosso coração.

Nas nossas relações com o próximo devemos procurar seguir esta regra: fazer aos outros, por amor de Deus, o que desejamos que nos façam a nós. Levar os homens a descobrir este amor de Deus, é missão de todo o cristão. 

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