1 de maio de 2015 – São José Operário

Iniciamos hoje o mês de maio, consagrado a Nossa Senhora. Em cada dia meditemos os motivos que nos levam a amar tanto a Mãe do Céu.

E como é bom para todos nós honrarmos hoje aquele que conviveu com Jesus Menino e Ela, há dois mil anos: São José Operário!

São José fez do trabalho bem feito uma excelente oração. Que interceda por nós junto de Deus e da Virgem Maria.

NA ESCOLA DE NAZARÉ

  1. José santificou-se, trabalhando, rezando. Agradou tanto a Deus a sua vida que o Verbo eterno veio habitar em sua casa! O Evangelho recorda-nos que Jesus, depois ter ficado três dias no Templo de Jerusalém, voltou com Maria e José para Nazaré, onde viveu e aprendeu a trabalhar. A grande glória de S. José consiste em ser esposo de Maria da qual nasceu Jesus. Hoje S. Mateus diz-nos também que Jesus, depois de iniciar a sua vida pública veio a Nazaré onde todos o conheciam como o filho de José, o Carpinteiro. Este é outro título de glória: Jesus era tido como filho de José, o carpinteiro.

As mãos de S. José são mãos sagradas, mãos que trabalham, mãos que rezam, mãos unidas em plena doação à vontade divina e ao coração dos outros (Hino de Laudes, Lit. Horas 19 Março). As mãos de S. José certamente ensinaram a Jesus arte, a do trabalho. A sua humilde oficina de Nazaré foi a escola onde Jesus aprendeu a trabalhar! Nazaré seja também para nós a escola onde todos possamos aprender e compreender esta lei severa, mas redentora do trabalho humano. Foi Deus quem desde o início impôs a todos os homens a lei do trabalho, como podemos deduzir destas passagens do Génesis: crescei, multiplicai-vos, enchei e dominai a terra! (Gen 1, 28). O Senhor Deus formou o homem e colocou-o no jardim do Éden a fim de o cultivar e guardar! (Gen 2, 15). Arrancarás da terra o alimento à custa de penoso trabalho, todos os dias da tua vida (Gen 3, 17).

Ao celebrarmos hoje o dia da festa do trabalho, com a proteção de S. José peçamos por todos os operários do nosso país e de todo o mundo. Peçamos também por todos os desempregados e por todos os jovens à procura do primeiro trabalho.

A Igreja ensina-nos: «o trabalho é um meio de nos associarmos à obra redentora de Cristo» (GS, 67).

A FORÇA DO TRABALHO

O primeiro de Maio, considerado hoje na Europa o dia da «Festa do trabalho», foi, durante muitos anos, nos fins do século XIX e princípios do século XX, um dia de reivindicações e mesmo de lutas violentas pela promoção da classe operária.

A Igreja que se mostrou sempre sensível aos problemas do mundo do trabalho, quis dar uma dimensão cristã a este dia. Nesse sentido, Pio XII, em 1955, colocava a «Festa do trabalho» sob a protecção de S. José, na certeza de que ninguém melhor do que este trabalhador poderia ensinar aos outros trabalhadores a dignidade sublime do trabalho.

Operário durante toda a sua vida, S. José teve como companheiro de trabalho, na oficina de Nazaré, o próprio Filho de Deus, Jesus Cristo.

E foi, na verdade, Jesus que lhe ensinou que o trabalho nos associa ao Criador, dando-nos a possibilidade de aperfeiçoar a natureza, de acabar a criação divina. O trabalho é um serviço prestado aos irmãos e é também, conforme nos recorda o Vaticano II, um meio de nos associarmos à obra redentora de Cristo (Gaudium et Spes, 67).

TRABALHAR É COLABORAR NA OBRA CRIADORA DE DEUS

Como são belas as construções levadas a efeito pelos arquitetos, engenheiros, trolhas, carpinteiros, eletricistas, picheleiros, pintores, artistas!…

Como são necessárias as escolas onde os professores ajudam os alunos a preparar bem o seu futuro!

Como são indispensáveis os hospitais onde os médicos e enfermeiros ajudam os doentes a recuperar a saúde!

Se não fossem os lavradores que trabalham nos campos, os pescadores que lançam as redes ao mar, os que cuidam das aves e dos animais, como se alimentaria as pessoas?

Os que trabalham nos meios de comunicação, como que tornam o mundo mais unido, dando a conhecer o que se passa em qualquer parte da terra!

Fazer render bem o dinheiro duns, torna úteis os empréstimos a outros: uma tarefa bem complicada a que se dedicam as instituições bancarias.

Os que consagram a vida a Deus, servindo-O nos outros, não desanimem. A missão que realizam é sublime.

Todas estas considerações vêm a propósito neste dia em que se celebra em todo o mundo o dia do trabalhador.

O MUNDO DO TRABALHO

No mundo há pessoas a quem nada falta, enquanto outras passam fome e vivem na miséria.

No mundo há pessoas que recebem bons ordenados, enquanto outras nem sequer emprego têm.

No mundo há pessoas que vivem honestamente do seu trabalho enquanto outras enriquecem por meios ilícitos.

Quantas empresas vão à falência! Quantos salários em atraso! Quantos trabalhadores são despedidos porque as máquinas lhes ocupam o seu lugar!

Uma sociedade bem organizada devia criar condições para que houvesse trabalho para todos.

A FORÇA DA ORAÇÃO

Curiosamente, no dia de S. José Operário, «Dia do Trabalho», tem início o mês dedicado a Nossa Senhora e muito querido à piedade popular. Muitas paróquias e famílias, seguindo tradições religiosas já consolidadas, continuam a fazer de Maio um mês «mariano», multiplicando ardorosas iniciativas litúrgicas, catequéticas e pastorais!

Este vem-nos recordar que a força do trabalho está sempre associada à força da oração. O trabalho é um excelente veículo de aproximação do Pai, assim como a prece que nasce do seu coração. Trabalho e oração são as duas forças mais poderosas que realizam a sua subida para perfeição

Que o mês de Maio seja, então, um mês de intensa oração com Maria e José! Lembre-nos das recomendações do Papa João Paulo II que pedia a recitação do santo Rosário quotidianamente. Trata-se de uma oração simples, aparentemente repetitiva, mas mais útil do que nunca para penetrar nos mistérios de Cristo e da sua e nossa Mãe. Ela é, ao mesmo tempo, um modo de rezar que a Igreja sabe que é do agrado da própria Nossa Senhora. Somos convidados a recorrer ao Rosário também nos momentos mais difíceis da nossa peregrinação na terra e, hoje em especial, por todos os trabalhadores, especialmente por quantos se encontram em dificuldades no campo do trabalho, para que todos, guiados por S. José e a Virgem Santíssima, possam produzir muito e bom fruto e para que «vendo as suas obras todos glorifiquem o Pai que está nos céus» (cf. Mt 5, 14-16)

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