1 de janeiro de 2017 – Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus

Por ser a oitava litúrgica do Natal, celebramos a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. De facto a festa do Natal põe em realce dois aspetos complementares do mesmo mistério: a encarnação do Filho eterno de Deus Pai e a maternidade divina de Maria, que decorre da divindade de Jesus de Nazaré, de quem ela é a Mãe. Por isso, celebramos também o dia mundial da Paz; Deus ao vir à terra instaura um tempo em que a paz se torna possível porque a reconciliação também.

A liturgia da oitava do Natal é centrada na maternidade divina de Maria e no Dia Mundial da Paz, e, todos os anos é também enriquecida por uma Mensagem do Santo Padre a contribuir para a formação progressiva de uma cultura da paz. A oração do cristão encontra o seu princípio e fundamento na nossa união a Cristo, é uma expressão de amor aos homens, nossos irmãos e de comprometimento na construção de uma sociedade harmónica, como Deus a deseja, assente sobre os alicerces da justiça e da paz. Ao rezar pela paz, o cristão afirma a sua convicção de que a paz é um dom de Deus e que a escuta da Palavra de Deus nos alarga os horizontes da verdadeira construção da paz. Essa convicção de fé herdámo-la já do Povo de Israel e está claramente confessada na oração de bênção que nos refere o Livro dos Números. E o Novo Testamento dá uma articulada doutrina sobre a paz. Esta assenta no respeito pelo projeto de Deus para o homem e para a sociedade, tem como alicerces a verdade e a justiça, como atitudes fundamentais o amor e o perdão.

A paz é a tranquilidade da ordem, nenhuma verdade ou visão da verdade se podem impor, muito menos pela violência, embora todos tenhamos o direito de a propor, no contexto de uma sociedade de pessoas em diálogo; o perdão, sendo prioritariamente uma atitude pessoal, tem de ter uma expressão coletiva e social, na medida em que as sociedades são conduzidas por pessoas.

Porque todos desejamos uma sociedade alicerçada na justiça e na paz concebida como tranquilidade da ordem. A ordem é a harmonia da sociedade e quando ela assenta na justiça, no respeito pela dignidade de cada pessoa e não apenas na afirmação, mas na promoção da liberdade, a ordem oferece aos cidadãos a tranquilidade.

A construção da tranquilidade na ordem, supõe o cultivo de valores como a honestidade e desprendimento no serviço, a competência para bem exercer as funções próprias de cada um, a justiça nos julgamentos e a equidade na distribuição de bens e oportunidades. Uma ordem social que promova a tranquilidade é incompatível com a corrupção, com as desigualdades e as injustiças sociais, com a persistência da pobreza e da marginalidade. Nós cristãos encontramos em Cristo, Palavra eterna de Deus, a fonte da verdade. Proponhamos a nossa experiência da verdade com convicção, participando responsavelmente no debate sobre a sociedade que queremos construir.

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