Na minha aldeia, pouco tempo antes da Páscoa, as pessoas pintavam as casas de branco, lavavam bem o pavimento, punham flores sobre a mesa de toalha branca.
Mas havia também uma preparação interior. No «dia das confissões», pais e filhos iam à igreja para receber o perdão dos pecados. Regressavam a casa mais felizes.
No domingo de Páscoa geralmente estreava-se alguma peça de roupa nova. Mas toda ela estava limpinha e era a melhor, a que se guardava para as grandes festas.
As pessoas vestiam-se de Páscoa, interior e exterior. Era a grande festa de Cristo ressuscitado. Cumpriam a recomendação Paulina: «Revesti-vos do homem novo».
Neste mês pascal, e durante todos os dias da nossa vida, somos convidados a andar vestidos de Páscoa. E podemos perceber de que roupa se trata, lendo o que São Paulo escreveu aos cristãos de colossos.
«Como eleitos de Deus, santos e amados, revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência, suportando-vos mutuamente, se alguém tiver razão de queixa contra outro. Tal como o Senhor vos perdoou, fazei-o vós também. E, acima de tudo, revesti-vos de amor, que é o laço da perfeição» (CI 3,12-14).
Nesta Páscoa, vamos vestir-nos a rigor, para nossa alegria e para dizermos ao mundo que somos chamados a viver uma vida de ressuscitados.
Fonte:
Jornal Cavaleiro da Imaculada
Ano 55| nº 973| abril de 2015
Autor:
Pe. Pedrosa Ferreira