Um pai é atento. Sempre. A atenção é a única forma de se ser pai. É-o com a sua presença, ainda que quase nunca saiba o que pode ou deve fazer. Por isto mesmo, vive numa espécie de inquietação sem fim nem descanso. Mas não desiste, pois ainda que não saiba ser pai e até possa dizer a todos que não foi feito para o ser, é-o e sabe disso, desde o mais profundo de si mesmo.
Muitos homens têm filhos, mas poucos desses são pais. É muito difícil sermos mais fortes do que os nossos egoísmos, desejos e necessidades. Talvez porque para alguém se fazer pai tem de deixar de ser quem era, e isso é contrário ao que é bem aceite pelo mundo em geral.
Um pai escuta. Suspende-se, esvazia-se e faz-se disponível, aguardando o que for preciso pelo momento certo, onde descobre o que é necessário. Depois, busca-o por todos os meios, para o fazer chegar ao seu filho. Não pretende créditos, porque um pai nunca é o herói. É o filho que o é sempre, para o seu pai.
Amar é estar atento. O olhar vigilante de um pai é uma contemplação dedicada, mas sem qualquer apego. É uma atenção que dá, sem querer nada para si.
Um pai tem de renunciar a si mesmo e é esta sua entrega que faz de si pai. Mas, no final, ser pai é quanto basta para um homem ser feliz, apesar de todos os sofrimentos.
Ser pai é errar todos os dias e ter de viver com isso… sem perder o entusiasmo.
Fonte: https://agencia.ecclesia.pt/
Autor: José Luís Nunes Martins