O amor, sob a forma de saudade, prolonga no tempo aquilo que ama, se for autêntico, então torna-o eterno.
O tempo nunca se suspende, avançando sempre em direção ao que há de ser. Se a saudade for desregrada, então acaba por impedir que se viva o presente, como se fosse uma recusa à forma simples do tempo ser. Assim também, a saudade em excesso implica uma cegueira em relação à esperança.
O que deve fazer um adolescente que teme vir a ter saudades da sua juventude?
O tempo é um dom divino. Ninguém tem o direito de estar vivo hoje. Poucos são os que agradecem o facto de terem oportunidade de envelhecer… nenhum dia deve ser desperdiçado como se não servisse para nada. Uma hora só é entediante se não a aproveitarmos para… viver.
Não posso partir-me entre o ontem e o hoje.
Viver é estarmos, completos, aqui e agora. Esta hora é um instante do nosso caminho, entre o que já fizemos e o que havemos de sonhar, construir e percorrer.
Se amas o passado, ele não passa. Mas importa saber qual a medida certa deste amor, porque amar também é deixar ir. Respeitar o outro e o seu tempo, não o prendendo nem arrastando, por melhor que julguemos ser a nossa intenção.
Só não é feliz quem nunca experimentou a felicidade, ou quem não o quer ser, porque teme que o ser não seja mais forte do que o ter.
No amor, nada se perde do que foi dado.
Queiramos ou não, aquilo que outrora tivemos e vivemos, faz agora parte do que somos. E assim será. Sempre.
Fonte:https://agencia.ecclesia.pt/
Autor:José Luís Nunes Martins