12 de fevereiro de 2023 – 6º Domingo do Tempo Comum – Ano A

A história do Povo de Deus – que a Bíblia resume no Antigo e no Novo Testamento, e se prolonga até aos nossos dias – é a história da liberdade dos homens, diante do plano de Deus.

Ele manifesta-Se àqueles que escolheu, tornando-Se presente na sua vida, para lhes dar a conhecer a Sua vontade. Pede a Abraão que o siga, e a Moisés que abandone o Egipto e conduza o povo de Israel até à Terra Prometida; mas aguarda a resposta pessoal e livre de cada um, à Sua proposta de Salvação. Permite que Israel faça a experiência privilegiada da Sua presença, durante a travessia do deserto; mas não impede que surjam o desânimo e a revolta no povo que nem sempre reconhece Aquele que o acompanha.

Estabelecendo com cada homem, desde o primeiro instante de vida, uma relação de amor, Deus espera de cada um, uma resposta pessoal de amor. E, porque só é possível amar quando se é livre, Deus qer que o homem escolha entre o caminho da Salvação, que conduz à vida, e o caminho do pecado, que, destruindo a sua relação com o Pai, o afasta d’Ele para sempre.

A cada um de nós, Deus deu a conhecer a Sua vontade, os Mandamentos porque sabe que, aderindo a ela pelo coração, seremos verdadeiramente felizes. Mas permite que, na prática da nossa vida, aceitemos ou rejeitemos as normas que nos propõe. Conhecendo até que ponto a nossa imperfeição e fraqueza nos impedem de O seguir, Deus quis viver entre nós, na pessoa de Jesus. É ele que vem apontar-nos o caminho do Reino, escolhendo, em todas as circunstâncias da Sua vida, mesmo na hora da Paixão e da Cruz, a obediência incondicional e livre à vontade do Pai.

Jesus vem dizer-nos que não basta ser fiel aos mandamentos, à maneira dos fariseus do Seu tempo, que cumpriam rigorosamente a Lei, mas a esvaziavam do seu sentido; Deus não quer a nossa fidelidade por temor do castigo, mas a fidelidade que nasce do Amor.

Ao repetir insistentemente aos Seus discípulos: «Amai-vos, como Eu vos amei», Jesus anuncia-lhes, e a cada um de nós também, que o Amor é a única lei que se sobrepõe a todas as outras e lhes dá sentido. É como que a «música de fundo» que deve acompanhar cada um dos nossos atos, e cada um dos nossos pensamentos; que não valem só pelo que são ou parecem ser exteriormente, mas por tudo o que neles há de adesão ou de recusa ao plano de Deus.

Hoje mesmo, o Senhor nos repete que não é apenas com ações reprováveis, mas também com o coração, que se pode pecar; porque é com o coração que se ama ou se recusa o amor.

Na vida familiar, encontramos facilmente imagens desta mudança de atitude, desta conversão que Jesus pede. É natural que os pais estabeleçam regras através das quais procuram guiar seus filhos; mas, se não existir entre uns e outros, uma relação natural e espontânea de amor, cedo essas normas se tornam uma obrigação desagradável, e são entendidas como uma limitação de liberdade. Pelo contrário, quando o amor é vivido e partilhado na família, as regras podem ser aceites e compreendidas como expressão do desejo dos pais de verem os filhos crescer felizes.

Na nossa relação pessoal com Deus, em qual destas situações nos encontramos ainda? Qual é a nossa atitude: semelhante à dos fariseus, ou semelhante à de Jesus?

Durante um breve silêncio, façamos uma pequena revisão da nossa vida, à luz do critério que hoje nos é proposto. Procuremos descobrir em que medida cada uma das nossas atitudes, cada uma das escolhas que fazemos, é ditada pelo desejo de «parecer bem», ou pela vontade sincera e libertadora de corresponder ao Amor, que nos mantém unidos ao Pai.

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