Este é o principal e mais excelente de todos os sacramentos, porque nos outros está somente o poder de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas, neste, está não somente o poder, mas Ele mesmo, real e substancialmente, Deus e homem verdadeiro, fonte de todas as graças e bens.
A nós não é dado descobrir como o Senhor faz esta maravilha tão grande, e como, ditas pelo sacerdote aquelas divinas palavras que Ele ordenou, a substância do pão e do vinho se mudam e transubstanciam em Seu verdadeiro Corpo e Seu verdadeiro Sangue.
A nós só nos compete maravilhar-nos, amar e agradecer tão grande benefício, tão incompreensível dom, tão infinito amor que O obrigou e forçou a dar-nos a sua Carne e Sangue em alimento das nossas almas, tal como no-lo havia dado em redenção e preço por elas no tormento da Cruz. E, por isso, o que sobretudo quer de nós é que aproveitemos muitas vezes este tesouro, gozemos deste convite, nos preparemos muitas vezes para receber o Seu santíssimo e preciosíssimo Corpo.
Desejamos vida? Este Sacramento é a fonte da vida. Desejamos fogo de amor de Deus? Este é fogo infinito. Queremos consolações espirituais? Esta é a fonte de deleites eternos. Queremos perdão dos nossos pecados? Este é o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo. Somos fracos nas tentações e desejamos vitórias? Este é o Senhor das vitórias e Deus todo-poderoso.
Mas, irmãos, ninguém comungue indignamente. Antes de atender este celestial convite, examine com cuidado a sua consciência e, sinceramente arrependido de seus pecados, peça deles perdão. E, assim preparado, receba o Corpo do Senhor com aquela fé e confiança que teria de alcançar perdão de seus pecados, se O visse, com os olhos do corpo, estar na Cruz por si, e convidá-lo ao perdão dos pecados e a participar dos méritos do Seu Sangue.
Autor: Beato D. Frei Bartolomeu dos Mártires
(cf. Catecismo, pp 149-153)