Muita gente hoje ainda quer ser batizada, mas só por uma questão social, isto é, para poder justificar uma festa com amigos e dar a conhecer ao seu grupo de amigos de que estão como família a ocupar o seu papel. Um filho, para além de ser motivo de alegria para a família, ainda é uma forma de afirmação. Pouco valor ou mesmo nenhum tem o sacramento do batismo como uma escolha de uma forma de viver ou como uma missão a desempenhar no mundo.
Era uma questão séria o batismo nos princípios da Igreja e manteve-se mais ou menos sempre, apesar de nos últimos tempos se administrar o batismo das crianças, supondo a existência da consciencialização por parte dos pais do significado do batismo. Ora é que está o problema. Hoje em dia a maior parte dos que se dizem católicos (e portanto cristãos) até já começa a fazer questão de dizer que não são praticantes, isto é, de que não lhes interessa a fé, nem Jesus Cristo, nem a Igreja. Basta-lhes o trabalho, o dinheiro, uma boa posição e a família (no geral a prazo!). como católicos, basta muito bem ir á missa ao domingo, se houver tempo para isso, participar em algumas cerimónias pouco ou nada empenhadas, e não lhes peçam mais. E com esta atitude, assim vaga e descomprometida, se dizem católicos e até se escandalizam, se porventura alguém lhe põe em questão tal proceder.
Por causa de tudo isto já vos tereis dado conta de que a Igreja alterou a sua atitude pastoral, no sentido de alertar os pais para o significado do batismo e do seu alcance pessoal e comunitário. Começou a exigir umas sessões de preparação para pais e padrinhos (coisa pouca!) e no caso de adultos uma preparação mais prolongada que se chama catecumenato.
Mais não está a fazer do que o seu dever, para ser fiel à missão que Jesus Cristo lhe deixou e que tem a ver com a nossa crescente qualidade de vida, marcada pela fé, a que chamamos salvação. Mas a verdade é que mesmo assim a qualidade de vida cristã não está a sofrer grande alteração, porque em nome da bondade e da simpatia ainda há agentes da pastoral (sacerdotes) que pensam que isso pouco ou nada vale e só serve para criar complicações. Batizam de qualquer maneira e feitio, mesmo indo contra o sentir da Igreja e das orientações que vão surgindo. Mas se agem mal estes sacerdotes, igualmente mal agem esses que apenas querem o batismo porque é tradição e pode dar jeito para certas situações, em que a Igreja tem normas, como é o caso de poder ser padrinho/madrinha. E chama-se a isto fé! Hipocrisia é a palavra mais adequada para clarificar todas essas atitudes que fazem do batismo o contrário do pensado e querido por Jesus, quando disse aos seus discípulos: “Ide por todo o mundo, proclamai o evangelho a toda a criatura. Aquele que crer e for batizado será salvo; o que não ser será condenado”. Reparai que antes do batismo, Jesus coloca o conhecer o Evangelho e o acreditar, isto é, dar sinais de que se quer ligar a Jesus.