Portugal: Dia do Peregrino reconhece importância da atividade no país

Responsáveis pelos «Caminhos de Fátima» abordam iniciativa que terá pela primeira vez lugar a 13 de outubro

Lisboa, 11 out 2014 (Ecclesia) – Lourenço Almeida e Isabel Blanco Ferreira, ligados ao projeto “Caminhos de Fátima”, do Centro Nacional de Cultura (CNC), falaram à Agência ECCLESIA sobre o Dia do Peregrino, que vai ser assinalado pela primeira vez em Portugal esta segunda-feira.

Para Lourenço de Almeida, membro da direção do CNC e responsável pelo projeto “Caminhos de Fátima”, a iniciativa vem reconhecer a importância do ato de peregrinar”, não só do ponto de vista “religioso” mas também ao nível de todas as “atividades complementares” que a partir dele se geram.

Mais-valias que “contribuem para o bem-estar das pessoas e para a dinamização económica e cultural”.

No campo cultural, o responsável destaca a convivência e a troca de “experiências” que existe entre os peregrinos e o próprio contacto com os locais e a natureza.

“Hoje já ninguém duvida que a cultura ultrapassa a informação e os conhecimentos e integra o cultivo das relações com a natureza, na qual nos inserimos. É o fruto dessa interação que o peregrinar nos proporciona”, salienta.

Lourenço de Almeida realça depois o facto de “todos os anos, quer no caminho para Fátima como para Santiago de Compostela”, se verificar o surgimento de “mais um albergue, outro hotel, mais um restaurante”.

Algo que mostra também a vitalidade social e económica que esta atividade empresta às aldeias, vilas e cidades por onde passam os peregrinos.

De acordo com Isabel Blanco Ferreira, são “muitas” as “localidades desertificadas” que ganham nova vida através deste fenómeno.

A delegada e voluntária do Centro Nacional da Cultura para o Caminho do Mar acredita que a criação do Dia do Peregrino resulta também de uma nova forma de encarar esta atividade.

“Há uns anos confidenciavam-me que cumpriam promessas. Hoje vejo que vão à procura de algo, à procura de Deus. A instituição deste dia faz-nos olhar para os peregrinos como pessoas que procuram algo de bom, para além de fatores económicos que não deixam de ser importantes”, aponta Isabel Blanco Ferreira.

Isabel Blanco Ferreira mostra-se ainda convicta de que peregrinar “está na moda e é uma boa moda”, tendo em conta a atual situação socioeconómica do país.

“As pessoas tiveram uns anos de muita prosperidade económica, estávamos todos muito virados para fora de nós mesmos. Este novo desafio faz-nos procurar um olhar interior, põe-nos em busca do essencial”, sustenta.

A entrevista a Lourenço de Almeida e a Isabel Blanco Ferreira está disponível na íntegra na edição mais recente do Semanário ECCLESIA.

O responsável pelo projeto “Caminhos de Fátima” aborda ainda o trabalho que tem sido feito em benefício dos diversos percursos de peregrinação existentes um pouco por todo o país.

“Não se esqueça que se relaciona com os caminhos, que são trilhos de peregrinação. Se isso se perder, perde-se a alma do caminho”, conclui.

O Dia do Peregrino, assinalado anualmente a 13 de outubro, foi instituído em junho deste ano pela Assembleia da República, através da aprovação da resolução 1050/XII.

“No amplo conjunto de dias evocativos de vários acontecimentos e efemérides relevantes, a criação deste dia será uma iniciativa que dignificará o papel do peregrino na construção da sociedade portuguesa”, enuncia o documento.

LS/JCP

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